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Catarina Furtado: “Estamos numa encruzilhada que traz perigos e alvos escolhidos a dedo”

"Há razões para acreditarmos num futuro melhor. Mas há também motivos para perspetivar um futuro pior", alerta Catarina Furtado...

Duarte Costa
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Catarina Furtado esteve na Assembleia da República, esta quarta-feira, onde entregou o relatório sobre população que foi desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), do qual é embaixadora.

Através dele, percebemos o estado desta nossa família humana e a conclusão a que se chega é que os medos e os números tomam a forma de corpo de mulher. Enquanto Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, testemunho estas mesmas constatações nos diferentes terrenos que visito ou até mesmo aqui em Portugal“, começou por escrever a comunicadora, de 50 anos, na rede social Instagram.

Em 68 países, 44% das mulheres numa relação de casal não têm autonomia sobre o seu corpo. Com este título – 8 mil milhões de vidas: possibilidades infinitas -, assegurando direitos e escolhas, o relatório confirma estarmos perante uma gigantesca contradição: a nossa humanidade partilhada é maior do que nunca e há razões para acreditarmos num futuro melhor. Mas há também motivos para perspetivar um futuro pior“, avisou.

Estamos numa encruzilhada que traz perigos e alvos escolhidos a dedo! Perigos de interpretações manipuladas, que promovem o controlo, semeiam o medo e a culpa, com abordagens populistas que fazem recuar direitos e, em primeiro lugar, os direitos das mulheres, os direitos sexuais e reprodutivos, mas também de adolescentes, de pessoas com deficiência, de pessoas mais velhas, de migrantes e refugiadas, de diferentes etnias e de pessoas LGBTI+“, acrescentou.

A questão não é o número de pessoas, mas sim se todas as pessoas são capazes de exercer os seus direitos, incluindo os direitos sexuais e a autonomia reprodutiva. No entanto, apenas uma parte da humanidade tem acesso a estes direitos“, lamentou.

No comunicado que lançou nessa mesma plataforma da Internet, Catarina Furtado lembrou que “o UNFPA salva e promove vidas“.

São algumas dessas vidas que foram resgatadas à minha frente, resultado de investimentos certeiros na igualdade de género, na saúde da mulher, das meninas e das raparigas, que me alimentam a esperança de que vamos conseguir. De que é possível. Basta vontade política e compromisso coletivo“, explicou.

É para com o UNFPA que Portugal tem uma dívida de gratidão porque nos anos 60, 70 nos apoiou a combater, de forma radical, a mortalidade materna“, concluiu.

Catarina Furtado “incrédula” com texto sobre Cristina Ferreira e Maria Botelho Moniz

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