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Catarina Furtado emocionada após entrevista no Líbano: “Senti um aperto gigante”

Duarte Costa
3 min leitura
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Catarina Furtado está rendida á história de Monira, uma cidadã síria que precisou de fugir da terra-natal, há cerca de três anos, de modo a salvar a família. A apresentadora da RTP1 partilhou uma fotografia na qual surgem as duas e um longo texto no qual explica o difícil testemunho de vida que ouviu. 

“Chama-se Monira, tem 37 anos e cinco filhos. Fugiu do seu país, a Síria, há três anos e veio com os pais, doentes, para Bekaa Valley, porque ouviu dizer que este campo de refugiados libanês tinha uma escola gratuita, muito perto. Está separada do marido que nunca quis saber dos filhos, andou muitas horas até atravessar a fronteira com os mais pequenos ao colo”, começou por escrever a apresentadora.

“Casou aos 16 anos. Yasmin, a filha mais velha, tem agora essa idade, mas Monira, apesar de nunca ter estudado, é peremptória: ‘Não quero que a minha filha case antes de terminar os estudos! Ela quer ser doutora!’. A ouvi-la, senti um aperto gigante no peito… Apesar dos imensos sonhos que tem para os filhos (…) o que será desta família e das mais de 1,5 milhões de pessoas esquecidas aqui [no Líbano] desde 2011, sem oportunidades de emprego decente, habitação digna, comida, cuidados de saúde?”, continuou a profissional da RTP1.

Por entre a conversa que teve com Monira, Catarina Furtado notou que esta “sorria muito”, de forma “a tentar controlar as lágrimas” e acabou por receber ela um beijo na cara. “[Disse-me] que estava a gostar de conversar comigo. A sua força e sofrimento, a simpatia e vontade de partilhar uma história de quem, de um dia para o outro, deixou tudo para trás, e teve de começar uma vida nova, sem qualquer tipo de condições, impressionou-me”, confessou a embaixadora das Nações Unidas.

Depois de ter entrevistado também os filhos mais novos de Monira, Catarina Furtado despediu-se da família com um sentimento de amargura à mistura. Deixou o desafio a todos: “Sou eu e todos nós que lhe deveríamos prometer os seus direitos reconhecidos”.