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Camilo Lourenço sobre a sua ausência na RTP: “Nota-se uma interferência política”

A. Oliveira
3 min leitura
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Camilo Lourenço esteve à conversa com João Miguel Tavares para a rádio Observador e acabou por recordar o episódio que levou ao seu afastamento da RTP. 

O economista de 59 anos revelou durante a entrevista que “a anterior direção da RTP, dirigida pelo Paulo Dentinho e por quem estava com ele, fez-me saber que não gostava de algumas coisas que eu dizia. O pior disto tudo é que nem tiveram a coragem de me dizer diretamente. Os editores comunicaram-me um dia que a direção tinha achado que não valia a pena continuar a comentar na RTP”

Recordando um episódio ocorrido em 2015, Camilo Lourenço aponta o dedo a alguns diretores da RTP, dizendo que: “Não tenho a mais pequena dúvida que nunca mais voltei à RTP por causa das minhas opiniões. Até acho estranho a falta de coluna vertebral, porque do ponto de vista político recordo-me que quando comecei a fazer mais comentários na RTP foi quando o José Sócrates era primeiro-ministro. E não me lembro de haver tanta interferência na RTP como passou a haver mais tarde. Digam o que disserem, nota-se uma interferência política. Não digo que isto venha do António Costa. Há diretores que são mais papistas que o papa”.

Atacado por muitos nas redes sociais, o economista aproveitou para lhes deixar uma mensagem especial, recordando que nem sempre se deu ‘bem’ com a direita. “Os fofinhos que me insultam por aí, já não se lembram que o Cavaco me detestava. Só se centraram no meu apoio ao governo da troika”, atirou provocador.

Apesar de criticar o canal público, Camilo Lourenço recorda que também nos formatos de imprensa sentiu na pele a pressão política e económica perante as suas opiniões.

“Perdi o emprego duas vezes por pressões que têm a ver com interesses ligados aos acionistas. Um na revista Valor, em 1994, por causa de histórias que envolviam o grupo Espírito Santo e a Galp. Fiz uma capa a dizer ‘corrupção na Galp’. O doutor Ricardo Salgado ligou muito aborrecido ao doutor Paes do Amaral a dizer que lhe cortava o crédito se continuássemos a escrever aquilo. O meu segundo caso foi o BPN, na revista Exame, em 2001″, contou.