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Audiências medidas pela GFK são um “atestado de estupidez” para Nuno Santos

A Televisão
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Nos últimos dias quem lê sobre televisão certamente que não tem parado de ver em páginas de jornais, revistas e um pouco por toda a Internet as expressões audiências e sobretudo o nome da GFK, a nova empresa responsável pela medição.

Para lá dos atrasos na divulgação, sem sombra de dúvidas que assistimos a um novo panorama. E, a avaliar pelos números dos últimos dois dias, há uma grande diferença face ao passado. A televisão do estado, que conseguia resultados medianos está agora muito atrás da concorrência. E um dos factores que estão adjacentes a essa realidade é a quebra acentuada nos números feitos pelos programas de Informação. De líderes, o Jornal da Tarde e o Telejornal passaram a representar muito pouco no painel audiométrico.

De acordo com o Diário de Notícias deste domingo, que esteve à conversa com Nuno Santos, o ambiente na redacção da RTP é de “revolta instalada” pelos recentes resultados. Mas o responsável confirma que preparou os colegas para esta realidade: “Eu tive o cuidado de preparar as pessoas para isto. Os jornalistas da RTP não eram os melhores do mundo e passaram a ser os piores do mundo”.

Na opinião do diretor de informação da televisão pública, as audiências medidas pela GFK “são um atestado de estupidez” que está a ser passado aos portugueses. E vai mais longe: “Eu não enfio esse barrete, não acredito nessa medição”, defende o responsável, que, contudo, diz não duvidar da “capacidade da GFK, uma empresa conceituada no mercado”, reconhecendo ainda a “baixa experiência neste tipo de estudos”.

Apesar de tudo, Nuno Santos garante não estar surpreendido com os valores apresentados, pois “eles estão em linha com os apresentados e monitorizados durante os últimos 15 dias de testes”, mas defende que há “vários erros e questões inexplicáveis”: “Todos os indicadores na última década apontam para alguma estabilidade nas conclusões. Houve momentos em que a informação da TVI liderou, ou que a informação da SIC esteve mais forte, mas todos os indicadores, quer em audiências, quer em estudos independentes, apontam na mesma direcção: na última década, a informação da RTP era a mais vista, a mais confiável, a mais respeitada”.

Os motivos para tanta contestação está relacionados com “razões técnicas muito discutíveis” no que a estes resultados diz respeito: “Neste painel há uma subestimação dos públicos com mais de 55 anos e mais de 64 anos, que são a maior base de apoio da RTP. Por outro lado, a informação da RTP era líder nas classes A/B. Agora, como esta classe foi decomposta em classe A e classe B, passámos para terceiro lugar. A nossa informação era líder no Grande Porto. Neste painel, desapareceu essa denominação geográfica e concentrou-se tudo numa região chamada Norte, e a RTP veio por aí abaixo”, conta.

Contabilizados todos os números e mudanças, na opinião de Nuno Santos está ciente de que a RTP é a única estação severamente prejudicada: “Feitas as contas, a RTP 1 é o único canal que é visivelmente prejudicado, ainda por cima quando se sabe que a população envelhecida é cada vez mais numerosa em Portugal”.

Ainda assim, o responsável deixa claro que não parte “para teorias da conspiração”, até porque “Tenho o dever, pelas minhas responsabilidades, de não o fazer, mas é legítimo que as pessoas o possam fazer. Estamos numa época particularmente delicada do mercado, e com o futuro da RTP em jogo. Até por isso, os cuidados por parte da CAEM”.

Por tudo isto, o diretor de Informação da RTP deixou uma promessa: “Faremos de tudo para repor a verdade” e, questionado pelo DN sobre o significado dessa frase, frisou: “Tudo é tudo. Há coisas que se fazem, mas que não se anunciam”, finalizou.

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