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Ana Sofia Martins lamenta falta de representatividade étnico-racial na televisão e critica TVI

Carolina Pereira
3 min leitura
Ana Sofia Martins/Instagram

Ana Sofia Martins deu ainda o exemplo da novela que protagonizou na TVI, ‘A Única Mulher’.

Ana Sofia Martins foi uma das convidadas da última emissão de ‘Programa Cautelar’, da RTP1, que foi para o ar no passado sábado, 30 de abril. Um dos temas de debate foi a falta de representatividade étnico-racial na televisão portuguesa, que a atriz considera “óbvia e flagrante”.

Para mim, chega a roçar um bocadinho o ridículo que ainda tenhamos que estar a falar neste tema. Basta ligarmos a televisão. Não vês artistas negros. Vês muito pouco jornalistas. Agora falando das pessoas que estão atrás das câmaras: guionistas, realizadores, produtores, cameramen, pessoal do som.. Não há”, começou por dizer.

E eu pergunto-me: ‘Como é que é possível?’. Num país que teve colónias como todos nós sabemos, não é? Num país colonizador que nunca se conte a história da perspetiva do colonizado. Ou que se deixe até os negros contarem as suas próprias histórias”, lamentou.

Ana Sofia Martins recordou ainda a novela da TVI que protagonizou ao lado de Lourenço Ortigão, e à qual deixou algumas críticas: “Por exemplo, eu fiz A Única Mulher (…) e, nada contra os autores, obviamente, mas eram dois autores brancos a contarem histórias negras, que não tem mal como início… Mas a sensação com que eu fico, dessa altura, é que foi tipo uma moda, ‘surfámos’ a onda de Angola, os angolanos gastavam muito dinheiro em Portugal. Agora já não falamos mais nisso”.

Mais à frente, a atriz lamentou ainda a falta de oportunidades para os artistas negros ou com descendência africana.

Há muita gente que fala também de ‘não há artistas, não há atores africanos ou negros, ou descendentes de’… E há! Só que não têm trabalho. Porquê? Porque as histórias com origens africanas ou histórias mesmo dos africanos que vivem em Portugal não estão a ser contadas porque são vistas como histórias que não vendem“, explicou.

Por fim, terminou: “E eu pergunto-me: Num país que nós vamos à rua, agora que estamos aqui em Lisboa, não é? Basta ires a qualquer zona e estas pessoas estão lá. Estamos todos lá. E como é que isso não passa para os media? E isto faz-me muita confusão”.

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