Desde a passada quinta-feira que a empresa responsável pela medição de audiências televisivas no nosso país é a GFK, contudo a Marktest continua a disponibilizar, diariamente, os quadros de audiências.
Confrontado com esta situação, Luís Marques, actual presidente da Comissão de Análise e Estudos de Meios, lamenta que tal situação esteja a acontecer. Para o responsável esta atitude é “inaceitável”: “É inadmissível que tenhamos uma tabela oficial e uma oficiosa. Os dados da Marktest não são homologados por nós e, portanto, não são legais”, explica ao Diário de Notícias deste domingo.
Luís Marques confessou ainda que informou a Marktest de que tal “gesto era inadmissível”, até porque “a Marktest se comprometeu a deixar de o fazer e a desligar o painel, coisa que faz sentido, até porque foi a Marktest que informou a CAEM de que o seu painel estava degradado e que, por isso, não podia continuar a fornecer o serviço durante o mês de março”.
Contactado pelo DN, Jorge Fonseca Ferreira, CEO da Marktest confirma que a empresa vai suspender a divulgação dos dados, apenas “até discutir o assunto com a CAEM”, o que deverá acontecer numa reunião que vai decorrer amanhã, apurou o referido jornal. Ainda assim, o responsável assume que não gostou da “repreensão” da CAEM e afirmou: “Passaram 30 e tal anos do 25 de abril e sinto-me censurado”.
Apesar de tudo, Jorge Fonseca Ferreira deixou a garantia de que a empresa vai continuar a ter este serviço: “Nós vamos continuar a apresentar os nosso dados se houver clientes interessados neles”.
Quanto aos números que a GFK tem apresentado e à polémica inerente, o CEO da Marktest diz que não “quer hostilizar ninguém”, admintindo, contudo, que “há muitas dúvidas na actual medição”: “A nossa tecnologia é muito melhor, os nossos audímetros estão testados em 20 países e os da GFK estão a estrear-se agora”, finaliza.
