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Porque aceitam cantores conhecidos participar em talent-shows?

A Televisão
4 min leitura

Depois de Rui Reininho e Paulo Gonzo terem dado nas vistas como mentores de A Voz de Portugal, Tony Carreira e Pedro Abrunhosa acederam ao convite da SIC e da Fremantle e são dois dos novos jurados do Ídolos. A uma semana da estreia do programa da televisão de Carnaxide, o Diário de Notícias quis saber quais as causas desta mudança de comportamento, até porque, há alguns anos atrás, tal seria quase impensável.

Músicos de sucesso, carreiras consagradas e contas recheadas com o que ganham em concertos. Em tempos criticavam a agressividade dos programas de caça talentos e menosprezavam os sonhos que eram dados a jovens talentos. Vários anos volvidos, a realidade é diferente. Ao DN contam que os downloads ilegais, a criação de uma nova imagem, a diminuição dos diretos de autor, ou até a necessidade de passar uma mensagem são argumentos que justificam esta alteração de comportamentos.

Par Piet-Hein-Bakker foi A Voz de Portugal  que “abriu as portas aos grandes artistas”, a justificação é simples: “em Portugal, os músicos em geral têm tido um preconceito para com os concursos porque exploram as emoções e não dão seguimento aos talentos encontrados. Acho que o preconceito está a diminuir e o Gonzo e o Reininho tiveram o seu papel…”

Já Frederico Ferreira de Almeida, da Fremantle, fala sobre os motivos que levaram Tony Carreira e Pedro Abrunhosa a aceitarem o convite para a quinta série de Ídolos: “No caso do Pedro, ele tem vindo a realçar muito o aparecimento de temas originais e de considerar que haverá caminho para desvender alguns desses talentos”, conta ao DN, acrescentando: “O Tony nunca tinha feito televisão desta maneira e achou interessante ver como era o outro lado.”

Mas o produtor do programa da SIC apresenta ainda outras razões para esta alteração de comportamentos: “De um ponto de vista pessoal, o que mudou foi a indústria da música, o facto de não se conseguirem vender discos como se conseguia, o que os leva a fazer mais”.

Tozé Brito, por sua vez é da opinião de que “Os artistas necessitam de visibilidade, atravessamos uma fase em que nenhuma televisão tem um programa que mostre os artistas e estes concursos são uma oportunidade única para as pessoas se exporem mediaticamente”, e apresenta possíveis momentos para cada um dos jurados de Ídolos. Enquanto Pedro Abrunhosa procura “uma tribuna onde possa passar as suas mensagens”, Tony Carreira “quer mostrar que é uma pessoa diferente, que não é apenas um cantor, é um homem que tem uma história de vida”.

Já Rui Reininho acredita que “cada vez mais vai ser normal ver os artistas nos programas”, até porque “foi- lhes tirada uma fatia muito grande nos royalties (direitos de autor)”.

Esta não é, contudo, uma realidade que se vive apenas por cá. Também no estrangeiro tem sido cada vez mais o caminho. Jennifer Lopez é uma das juradas de American Idol e Britney Spears está a um passo de integrar o júri do X Factor norte americano, entre muitos outros exemplos.

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