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Jovem condutor que viajou de Lisboa para o Algarve faz declaração pública

Duarte Costa
4 min leitura
RTP

Nicolas Ferreira, condutor que viajou com a namorada, de Lisboa para o Algarve, e que foi entrevistado pela RTP1 em plena Ponte Vasco da Gama, já se defendeu das muitas críticas de que o casal tem sido alvo.

Na caixa de comentários do vídeo, que foi publicado no YouTube, o jovem explicou o motivo que o levou a fazer a respetiva viagem. Segundo ele, tem residência fiscal em Albufeira e está há um mês em confinamento com a companheira. Decidiram viajar para o Algarve porque já não têm mais nada para fazer em Lisboa, uma vez que todas as aulas presenciais foram canceladas até ao final do ano letivo.

Ora confira:

Ora bem, vou tentar ser breve e claro em relação a este assunto. Sou eu o condutor que aparece no vídeo, e para toda esta cambada de palhaços, que não tem mais nada culto que fazer a não ser insultar e criticar, deixo aqui um esclarecimento.

Chamo-me Nicolas Ferreira, sou estrangeiro mas sempre residi no Algarve. Há cerca de três anos, desloquei-me para Lisboa, para prosseguir a minha carreira académica. Estudo Medicina Veterinária na Universidade de Lisboa, no terceiro ano curricular. Estou em isolamento voluntário na minha residência, em Lisboa, desde 9 de março, data em que a minha faculdade foi fechada.

Muito provavelmente, este bando de idiotas que está para aqui a falar merda, nessa altura ainda andava a passear e a fazer o que bem lhe apetecia. Não saio de casa a não ser para adquirir bens essenciais há um mês. Ontem [terça-feira], o Reitor e os respetivos presidentes das faculdades da Universidade de Lisboa reuniram-se para confirmar que não haveria mais aulas presenciais até ao final do ano letivo, o que tendo em conta que estou num curso de saúde, não ter a parte prática é penalizador, pelo que resolvi esperar até hoje [quarta-feira] para ter a confirmação de que não havia mais nenhuma razão para ficar em Lisboa.

Para vossa informação, a minha formação académica confere-me conhecimentos de virologia e doenças infecciosas que vocês, seus ignorantes, poderão nunca ter. Portanto, considero-me mais informado do que vossemecês. Ainda acrescentando, a morada fiscal aparece em diversos documentos que apresentei ao senhor polícia antes de ser entrevistado, e na carta de condução existe um código de letras que permite identificar o local de onde foi emitida a carta. No meu caso, Faro. Obviamente que apenas quem tem carta sabe isto.

Se ainda não estão cansados de ler os meus argumentos ou se já ganharam vergonha na cara e deixaram de ler, ainda acrescento que a ‘rapariga’ que vem ao meu lado, a minha namorada, estuda na mesma faculdade que eu há um ano e antes de residir em Lisboa residia em São Miguel (Açores). Como cidadã responsável, decidiu não se deslocar para um aeroporto e ir para casa, preferindo ausentar-se da única família que tem em Portugal para se isolar comigo.

Não contactámos com ninguém que apresentasse sintomas, pelo que considero-nos sãos. Se alguém me quiser ensinar o que quer que seja que eu ainda não saiba acerca desta pandemia (que não tenha sido aprendido via Facebook) está à vontade para me mandar mensagem privada, que eu dou a minha morada fiscal para cá virem conversa comigo.

A todos que nos insultaram e desejaram o falecimento de familiares por COVID-19, desejo exatamente o mesmo e uma boa Páscoa“.

https://www.youtube.com/watch?v=FYW0mb-cuMk&feature=emb_title