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Irmã de Constança Braddell: “Só o chão consegue amparar uma queda como esta”

Duarte Costa
4 min leitura
Instagram

Constança Braddell morreu há exatamente um mês, a 11 de julho de 2020, aos 24 anos. Sofria de fibrose quística.

Um mês depois da morte de Constança Braddell, Vera Salvador Marques, a irmã, publicou um emotivo texto na rede social Instagram. Nele, recordou o “pior telefonema” que alguma vez lhe fizeram, naquele fatídico dia 11 de julho, e como percebeu que, a partir daquele momento, tinha “menos um órgão vital” no corpo.

Gritei, ajoelhei-me, pois só o chão conseguiria amparar uma queda como esta“, desabafou na fase inicial da publicação.

A dor é imensa, capaz de rasgar cada músculo do meu corpo e não decresce… Os dias passam e a questão permanece: porquê? Porquê tu? Porquê ao Daddy e Mummy? Porquê aos teus restantes irmãos? Porquê a nós, Constança? Porquê a ti?“, questionou.

Leia aqui o desabafo da irmã de Constança Braddell:

«Dia 11 de julho recebi o pior telefonema da minha vida e logo ali soube que havia menos um órgão vital no meu corpo. Gritei, ajoelhei-me, pois só o chão conseguiria amparar uma queda como esta.

Liguei para todos num desespero e pedido de socorro, mas apenas aos que melhor me conhecem e nos conheciam, a nós, Constança, e a esta ligação incomparável que tínhamos e teremos SEMPRE.

A dor é imensa, capaz de rasgar cada músculo do meu corpo e não decresce… Os dias passam e a questão permanece: porquê? Porquê tu? Porquê ao Daddy e Mummy? Porquê aos teus restantes irmãos? Porquê a nós, Constança? Porquê a ti? Acreditei e apostei em tanta coisa em torno de ti e de nós ao longo destes 24 anos que hoje quase me estupidifico quando constato que foste embora para sempre.

Não há um dia que não olhe para tudo o que respire o teu nome e a tua presença, não há um dia em que não preencha os meus ouvidos com a tua voz, com o que resta dela…

A todos os que diariamente estão aqui para mim e para aqueles que com enorme constrangimento me dizem que ainda não haviam tido coragem de me dizer nada sobre esta perda, quero aqui esclarecer que estou empática com a vossa posição, pois não há nada que me possam dizer. Longe de mim cobrar-vos uma tarefa que nem eu mesma estou capaz de executar.

A ti, minha dearest Baby, não ficou nada por dizer. Nestes últimos meses tive a astúcia ou infelicidade de te dizer em tom de reforço tudo aquilo que sentia por ti e tive o privilégio de ouvir o mesmo da tua parte e isso nada nem ninguém nos tira.

Constança, meu amor, minha luz, meu primeiro e grande propósito de vida, a ti peço que, se um dia andares cá por baixo de alguma forma, me ensines como faço isto daqui para a frente. Mas se preferires ficar aí por cima também não me zango porque o nosso amor transcende tudo.»

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