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Filme «Os Perfeitos 2» em análise [com vídeo]

David Soldado
5 min leitura
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«Os Perfeitos 2», filme de Paulo Soares, em análise no A Televisão

Entrevistamos Paulo Soares no início de novembro (recorde aqui). Quem é? É o «puto de 18 anos» que produziu e realizou o filme Os Perfeitos 2. A antestreia da longa-metragem aconteceu nos Cinemas NOS Alvaláxia, em Lisboa, onde o site A Televisão fez questão de marcar presença. Parece confuso estar a ler uma crítica de um filme feito por amadores publicado num site sobre televisão, mas porque não promover um trabalho com mérito?

Afrodite

Foi prometido mais ação, mais aventura, mais mistério n’Os Perfeitos 2. Como Paulo Soares disse, a primeira temporada, em formato web-série, foi «um mero ensaio para o que se segue». E o que se segue é de facto bom. Posso estar a ser injusto por criticar a «má preparação» d’Os Perfeitos 1, onde apenas se aproveitou os efeitos especiais, mas apenas uso esse argumento para sustentar o percurso ascendente da história protagonizada por Gustavo [Duarte Seabra] e Daniela [Joana Albuquerque]. Desta vez houve história. Houve o chamado trabalho de casa, sobretudo por parte do elenco que «encarnou» melhor as personagens. A melhoria na representação por parte dos atores (que na realidade são amadores) é evidente. Confesso que cheguei a questionar o motivo que levou à escolha dos protagonistas, em algumas situações, abafados pelo talento de personagens, de certa forma, secundárias. Porém, analisando o percurso na série, agora filme, o núcleo protagonista defendeu bem a história pensada pelo «puto de 18 anos».

Do drama à comédia. O filme suscita vários estados de espírito a quem assiste. Se num momento assistimos a um momento nostálgico (um reencontro entre uma mãe e uma filha), noutro não conseguimos controlar as risadas fruto dos diálogos fáceis mas que resultam de Afrodite. Tiro o chapéu a Daniela Nunes, a jovem a quem foi confiado proporcionar boas gargalhadas. Conseguiu! Não só retirou relevo aos protagonistas, como gabo-lhe também o seu talento na representação. A personagem Afrodite foi bem idealizada do início até ao fim, desde a sua caracterização à forma como – volto a repetir o nome da atriz – Daniela Nunes deu vida. Sem cair no exagero (muito fácil de cair), Afrodite equilibrou o enredo principal que ficou aquém no final.

Afrodite

Nenhum filme é perfeito. Todos têm as suas falhas, não sendo Os Perfeitos 2 uma exceção. Isolo um caso que para os mais distraídos passa despercebido. Representar a ler «sorrateiramente» os diálogos expressos nas folhas posicionadas fora da captação da câmara. «Isto é um filme amador, não podes estar a exigir condições como se tivesses a criticar um filme profissional!» Aceito essa perspetiva, mas apenas quero salientar que deviam ter existido mais ensaios, ainda para mais quando já elogiei a melhor performance dos atores que transitam da primeira para a segunda temporada d’Os Perfeitos.

Iria estragar a graça de assistir aos 80 minutos de filme se tivesse de eleger o melhor momento da história. Apenas digo que vale a pena assistir só pela reviravolta que ninguém espera. Talvez nos primórdios da história tenha detetado maldade na personagem interpretada por João Sousa, mas a forma como o enredo foi construído fez pronunciar no fim «Não pode ser!». Três simples palavras, mas ditas com surpresa e sorriso na cara.

Não gostei do final. A história merecia outro desfecho, talvez um fim que merecesse uma trilogia de Os Perfeitos. Não faz parte dos planos do realizador e produtor, pelo menos o final sem chama assim o indica. É certo que são raras as vezes que gosto do final de alguma ficção, mas neste caso esperava um boom no final. Terminar com os protagonistas no aeroporto não faz jus ao percurso d’Os Perfeitos!

 

Assista agora ao filme Os Perfeitos 2. Vale a pena ver.

Redactor.