fbpx

COVID rebenta hospitais: “Há pessoas que vão morrer e não precisavam de morrer”

Duarte Costa
3 min leitura
Reprodução YouTube

Gustavo Carona, médico na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, lançou um sério alerta sobre o aumento do número de casos de COVID-19 em Portugal.

Segundo ele, “hoje já é tarde para perceber a gravidade do momento” e lamentou que isto ainda não tenha entrado “na cabeça de muita gente“. “Se não formos todos a trabalhar em comunidade, isto vai doer muito“, escreveu na descrição do vídeo que partilhou no YouTube.

O consumo de recursos por doente, em relação à pandemia, é muito maior. Mais exigente em termos de estrutura física, em termos de recursos humanos… As pessoas não têm a mesma liberdade“, explicou. Depois, alertou que no Reino Unido, durante a primeira vaga da pandemia, “morreram 600 profissionais de saúde“.

Gustavo Carona referiu, ainda, que não quer com isso dizer que teme pela própria vida, mas sublinhou que com o aumento do número de casos e com mais doentes a necessitarem de internamento, os hospitais poderão entrar na chamada “triagem em medicina de catástrofe“, ou seja, “fazer o máximo pelo maior número de pessoas“.

Este modo de atuar, porém, tem contrapartidas. “Estamos a dizer que não vamos conseguir fazer tudo. Há pessoas que vão morrer e não precisavam de morrer. Vamos ter de fazer escolhas entre pessoas COVID e não COVID. Isto está a acontecer em todo o mundo, não dá para irmos buscar pessoas a outro lado“, alertou.

O médico lamentou ainda que muitas pessoas não estejam a cumprir regras para serem contra o Governo. “Ignorantes que não sabem nada e estão a fazer disto uma questão política“, atirou.

De recordar que o Parlamento e o Presidente da República aprovaram a proposta que impõe o uso de máscara obrigatória, na rua, quando não é possível manter o distanciamento social. O objetivo passa por diminuir o número de casos de COVID ao mesmo tempo, ou seja, que possa bloquear o Sistema Nacional de Saúde com internamento em UCI e não UCI.

Como frisou Gustavo Carona, o aumento do número de internados poderá diminuir a capacidade de resposta não só para casos COVID, como também não COVID, pelo que é necessário que os portugueses cumpram as regras definidas pelo Governo e pela Direção-Geral da Saúde.

Vídeo aqui:

Leia também: Covid-19? Junta-se multidão na Nazaré para ver ondas. Jorge Gabriel escandalizado