Pandemia da Covid-19 descontrolada, hospitais cheios, escolhe-se quem vive e quem morre. Profissionais de saúde desesperados e à beira do limite.
Os números da Covid-19, em Portugal, estão piores do que nunca. O nosso país já é um dos piores em todo o mundo. Nas últimas 24 horas, há mais 219 mortos e 14 647 novos casos. Números recorde. Direção-Geral da Saúde, governantes, figuras públicas, anónimos… Os apelos multiplicam-se, mas há quem insista em não cumprir.
Num novo vídeo partilhado nas redes sociais, e assinado pelos próprios profissionais de saúde, é feito mais um pedido de ajuda. Leia aqui:
“Hoje, pedem-nos o impossível na linha da frente. Vinte e quatro horas, mais vinte e quatro horas, outras vinte e quatro horas. Trabalhar, salvar vidas, escolher quem tenta ficar. Tudo tem um limite, as nossas forças estão no fim. Uma obrigação de todos: ajudem-nos!
Ver enfermeiros e médicos com uma decisão impossível: quem vive… Quem morre! Zero camas disponíveis em tantos dos hospitais por todo o país. Incontáveis seres humanos que sofrem nas ambulâncias. Esperas de mais de oito horas, sem poderem ir à casa de banho. Com dor, falta de ar, frio… Não se pode ligar o ar condicionado.
Uma simples queda caseira, uma qualquer necessidade hospitalar, e o mais certo é não haver, sequer, uma ambulância disponível para o socorro. Imaginam as urgências num ambiente similar ao de uma guerra? Há máscaras, mas não há oxigénio!
Deixa-se morrer quem agora tanto precisa de nós, de todos nós, de quem sempre acreditou que haveria lá alguém no momento necessário.
Que enorme vontade de chorar. A toda a hora. A cada minuto. Não posso. Não podemos. Sofremos em silêncio. Há sempre mais vidas para salvar. E tudo pode e irá piorar se não entenderem que na linha da frente somos nós e todos vós. Fiquem em casa e sejam também os heróis neste filme que, para já, é de terror. Salvem vidas, por favor! Fiquem em casa“.
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