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Cobertura televisiva nas eleições autárquicas será afectada

A Televisão
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Foto: Sol
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Uma interpretação que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) fez sobre a lei, em que supostamente o espaço noticioso dos canais televisivos teria de incluir todos os candidatos, em plenas autárquicas, está a chegar algum desconforto aos diretores de informação da RTP, SIC e TVI. Apesar de afirmarem que a cobertura irá ser afetada, consideram que um boicote não está em causa.

O problema é dar tempo de antena a todos os candidatos. Alcides Vieira, diretor de informação da SIC, revela que a cobertura da campanha está fora dos planos das televisões: «Para se dar o que é importante, teríamos de dar iniciativas sem relevância. E nem há meios para isso». Esta mesma ideia é defendida por Paulo Ferreira, diretor de informação da RTP: «Estamos a ponderar o risco financeiro e jurídico de tudo o que fazemos», destacando uma notícia que deram recentemente em que não puderam ouvir o candidato António Costa na mesma: «Fizemos uma emissão sobre o incêndio do Chiado, mas não ouvimos o presidente da Câmara, António Costa, porque teríamos de ouvir os outros que, para o caso, não teriam qualquer relevância jornalística. É um absurdo», cita o jornal Sol.

A única alternativa para se fazer uma possível cobertura televisiva é mostrar sondagens, desde que começa o período eleitoral, já que as reações dos partidos estão fora de questão: «A única coisa que estamos a fazer são sondagens sobre alguns dos concelhos politicamente mais relevantes, com reportagens de enquadramento social e económico», afirma Alcides Vieira.

O diretor de informação da TVI, José Alberto Carvalho, afirmou que ainda não tem nada planeado, mas que ainda é tudo bastante prematuro: «Não temos, para já, nenhuma cobertura planeada. Mas a verdade é que em muitos concelhos ainda nem sabemos quem são os candidatos». No entanto, considera que os mais prejudicados serão os partidos, dando o exemplo do partido Movimento Esperança Portugal (MEP): «Nas últimas legislativas, o MEP teve uma cobertura mediática nunca vista: o seu líder esteve dias em simultâneo nos três canais a debater com outros candidatos, depois de ter ganhado providências cautelares. Curiosamente, o MEP conseguiu o pior resultado de sempre e extinguiu-se».

Em suma, apesar de ter havido reuniões, a ERC não mudou a lei e o presidente da CNE, Fernando Seara, afirma que a «Comissão limita-se a aplicar a lei, no que diz respeito à igualdade de oportunidade das candidaturas». No entanto, os diretores de informação de televisão contrapõem que a lei está inalterável desde 1975 e que sempre houve debates apenas com alguns candidatos. José Alberto Carvalho admite que «até os tempos de antena são atribuídos de acordo com a representatividade eleitoral” de cada partido».

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