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CEO do grupo Impresa explica saĆ­da da RTP e da TVI da CAEM

A TelevisĆ£o
4 min leitura

Pedro Norton

Pedro Norton, CEO do grupo Impresa, que detĆ©m os canais da SIC, aproveitou uma entrevista ao jornal PĆŗblico para desmistificar o processo que despoletou um guerra entre a TVI e RTP contra o sistema de mediĆ§Ć£o de audiĆŖncias em Portugal, quando a GfK passou a ser a divulgar os resultados oficiais em marƧo de 2012.

Sobre a saĆ­da dos dois canais da CAEM, Pedro Norton defende: Ā«Temos estado muito calados sobre este tema, por duas razƵes: por postura, apostamos na autoregulaĆ§Ć£o, que Ć© onde se devem diminuir as querelas, que sĆ£o naturais e temo-nos esforƧado por fazĆŖ-lo no seio da CAEM; depois, por um exercĆ­cio de rotaĆ§Ć£o, exercemos a presidĆŖncia [da CAEM] nos Ćŗltimos dois anos e achĆ”mos que devĆ­amos manter algum recatoĀ».

Ā«Mas estĆ” na altura de se contar a histĆ³ria deste processo, que estĆ” a ficar esquecida. A contestaĆ§Ć£o ao sistema de audimetria [mediĆ§Ć£o de audiĆŖncias televisivas] comeƧou em 2009, quando a TVI estava na direĆ§Ć£o da CAEM- como esteve em oito dos Ćŗltimos 10 anos. Em agosto de 2010, a TVI entrou em rutura com [a audimetria] da Marktest, acusou o sistema de ter entrado em total descrĆ©dito e pediu uma auditoriaĀ», comeƧou por contar o gestor.

Ā«Essa posiĆ§Ć£o dura e violenta da TVI acabou por levar Ć  abertura de um novo concurso para a prestaĆ§Ć£o de um novo serviƧo de audimetria. A SIC alertou para os Ā perigos de se abrir o concurso com a mudanƧa de fornecedor que poderia causar disrupƧƵes no mercado. Mas nĆ£o foi opiniĆ£o maioritĆ”ria. NĆ³s respeitamos, abriu-se o concurso e a GfK foi escolhida depois de um processo de grandeĀ escrutĆ­nioĀ», explica.

Para o homem que ocupa a cadeira mais importante do grupo de comunicaĆ§Ć£o, o concurso que levou Ć  escolha da empresa alemĆ£ foi transparente. Ā«Foi talvez o processo mais escrutinado dos Ćŗltimos anos. NĆ£o me recordo de alguma vez tanta gente ter trabalhado na questĆ£o das audiĆŖncias. No inĆ­cio de 2012 a GfK comeƧou a partilhar com o mercado os resultados de um perĆ­odo de testes de trĆŖs meses. Pouco depois de os dados serem conhecidos, a TVI volta a tomar posiĆ§Ć£o pĆŗblica. E, para grande espanto, afinal era a GfK que estava em total descrĆ©dito e a Marktest Ć© que estava certa. Um doĀ equĆ­vocosĀ que se tĆŖm tentado construir Ć© que Ć© uma guerra Ā da SIC com a TVI. NĆ£o: isto Ć© uma guerra da TVI com o mercadoĀ», atira e acrescenta: Ā«A Ćŗnica estaĆ§Ć£o que mudou de opiniĆ£o neste processo, ao sabor dasĀ conveniĆŖnciasĀ  foi a TVI. Isto Ć© factualĀ».

O presidente da comissĆ£o executiva aproveitou ainda para criticar a posiĆ§Ć£o da RTP nesta questĆ£o. Ā«A um operador pĆŗblico devia exigir-se que tivesse uma ponderaĆ§Ć£o especial e tenho pena que esteja a embarcar nesta radicalizaĆ§Ć£o de posiƧƵes. Acho completamenteĀ incompreensĆ­velĀ», lamentou.

Segundo o responsĆ”vel que substituiu Francisco Pinto BalsemĆ£o, os resultados do canal de Carnaxide nĆ£o deixam margens para duvidas. Ā«Ou a SIC Ć© muito boa a fazer conspiraƧƵes ou alguĆ©m estĆ” a fazer filmes. Acho que a TVI estĆ” em negaĆ§Ć£o. A SIC Ć© lĆ­der no horĆ”rio nobre, de segunda a sexta, e estĆ” a ameaƧar a lideranƧa da TVI no acesso ao horĆ”rio nobre. Compreendo que nĆ£o seja fĆ”cil nem simpĆ”tico, mas Ć© a realidadeĀ», concluiu.

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