A auditoria ao novo sistema de medição de audiências televisivas concluiu que o painel utilizado pela GfK “não é representativo da população portuguesa”, referiu ontem o presidente da RTP.
Assim, segundo Guilherme Costa, os resultados das audiências desde 01 de março “”não são credíveis e este sistema de medição de audiências não serve o settor”.
A sub-representação de pessoas com mais de 45 anos e das classes mais baixas (C, D e E), problemas técnicos na leitura do som (primeiro é registado o som e de seguida é identificado o canal e programa respetivo) e erros na renovação do painel (do total de 1106 lares, 322 foram renovados, mas não estão de acordo as exigências iniciais).
Os pareceres pedidos pelo canal estatal a três universidades concluiu que a utilização de amostras não probabilísticas não permite que a medição de audiências tenha rigor.
Segundo o presidente da RTP, “o painel tem que ser substituído urgentemente”.
Recorde-se que a RTP perdeu cerca de 300 mil espetadores nalguns programas, como Telejornal e a TVI ameaçou rescindir contrato com a GfK.
Guilherme Costa pretende reunir-se com a auto-regulação do setor para discutir o problema e a hipótese de recorrer a tribunais para “reparação dos prejuízos já sofridos”. Segundo contas do jornal Público, o canal estatal deverá perder este ano cerca de 12 milhões de euros de faturação de publicidade.
A CAEM não quer disponibilizar o relatório por considerar que trata-se de um”documento interno de trabalho” que se encontra a ser analisado pelos associados – operadores, anunciantes e agências de meios.
A SIC encontra-se neste momentos a examinar o documento e a TVI também ainda não reagiu.