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António Carvalho: “A Uber e a Bolt enriquecem a explorar os motoristas”

"Para nós, são preços espetaculares, mas para os motoristas é uma miséria", lamentou António Carvalho...

Duarte Costa
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António Carvalho, ex-concorrente do programa O Amor Acontece, da TVI, e comentador da rubrica Sem Filtro, do A Televisão, pôs o dedo na ferida em relação ao drama vivido pelos motoristas de plataformas como a Bolt ou a Uber.

Já alguma vez apanhou um Bolt ou um Uber? O que achou? Foi rápido, barato, fez uma viagem de dez minutos e pagou dois ou três euros? Espetacular. Enquanto fazia essa viagem, pensou no motorista? Pensou que, se está a pagar dois ou três euros, quanto é que a pessoa está a ganhar?“, começou por questionar Tó Carvalhinho, como é conhecido.

Depois de pagar tudo, o motorista ganha 30% do valor. Ou seja, na sua viagem, não ganhou sequer, um euro. A Bolt e a Uber estão a fazer riqueza a explorar os motoristas, à conta da necessidade dos motoristas de se sujeitarem a esse tipo de trabalho“, denunciou.

A Bolt e a Uber, por sua vez, ganham uma fortuna a explorarem os motoristas com preços ridículos. Para nós, são preços espetaculares, mas para os motoristas é uma miséria. As aplicações ganham 20% sobre tudo para fazer praticamente nada. E o motorista? Quanto é que ganha o motorista?“, perguntou António Carvalho.

Para ter uma ideia, o motorista, para ganhar pouco mais do que o ordenado mínimo, tem de trabalhar 12 horas por dia, e estou a ser simpático, porque todos trabalham mais, e fazer seis dias por semana. Conheço alguém que, há pouco tempo, fez 39 horas seguidas, metendo assim em causa a segurança do passageiro. É uma vergonha, nos dias de hoje, no século XXI, explorarem assim as pessoas numa concorrência entre as duas operadoras, que têm preços tão baratos“, criticou.

Para nós é espetacular, claro que sim. Mas para os motoristas é uma total exploração. As pessoas vivem dentro de um carro para poderem ganhar pouco mais do que o ordenado mínimo. A Uber e a Bolt estão a fazer fortuna explorando pessoas, explorando motoristas que têm necessidade de se sujeitar a este tipo de trabalho. Para a próxima vez que apanhar um Bolt ou Uber, fale com o motorista, pense nele, há quantas horas é que aquela pessoa está ali para ganhar uma miséria“, apelou ainda António Carvalho.

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