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“Kommissar Rex”

Diana Casanova
5 min leitura

Recentemente, por questões profissionais, lembrei-me de uma série de há vários anos mas que deu que falar sobretudo na minha geração, suponho eu. Não, não me refiro a “A-Team” (“Esquadrão Classe A”) nem ao “Knight Rider” (“O Justiceiro”), falo de uma série de menor escala e que muito me deliciava a ver a seguir ao almoço. “Kommissar Rex” (ou em português, “Rex, O Cão Polícia”) foi uma daquelas séries que me acompanhou na minha infância e a qual eu adorava, apesar de reconhecer que se tratava de uma série com poucos meios.

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Hoje em dia, todas as séries policiais focam-se sobretudo nas cotonetes e no que daí se extrai por via científica (as cotonetes resolvem todos os crimes!), mas “Kommissar Rex” não, era o cão ‘Rex’ que os resolvia e de uma forma sempre intensa. Recorde-se que a série se focava numa esquadra de polícia situada em Viena (Áustria), em que a principal atração era o ‘Rex’, como não podia deixar de ser. Aliás, foram até vários os atores que desempenharam o papel de seu dono e amigo, destacando-se Tobias Moretti, que era ‘Richard Moser’, o primeiro dono do famoso pastor alemão. Depois ainda houve o dono ‘Alexander Brandtner’ (Gedeon Burkhard) e, por fim, uma dupla, constituída por Alexander Pschill e (Elke Winkens), como os inspetores ‘Mark Hoffmann’ e ‘Niki Herzog’, respetivamente, entre outros.

O meu fascínio por esta série sempre foi o ‘Rex’, mas também a amizade que este demonstrava e criava para com os seus donos, assim como a constante proteção que lhes oferecia, mas também a outras vítimas. Sempre foi interessante para mim esta relação. Por outro lado, ‘Rex’, como seria de esperar, estava constantemente também nas suas traquinices, pregando partidas ao dono e parceiros de esquadra. Se existe ser que para mim é absolutamente fascinante são os cães, incapazes de magoar os donos, procurando corresponder às expetativas neles depositadas, não esquecendo no entanto uma matreirice saudável que os caracteriza também.

Embora considere que “Kommissar Rex” está longe de ser uma série fenomenal em termos de efeitos especiais (relembro aqueles slow motion no ataque final do ‘Rex’) e até tecnológicos, ali consegue-se algo que outras séries teoricamente mais avançadas e com mais recursos não conseguem – cativar o telespectador, gerando as mais diversas emoções. Com uma duração de cerca de uma década e por cá exibida pela SIC, “Kommissar Rex” sofreu, no entanto, alguma quebra nos anos finais, com as alterações nos protagonistas. Apesar disso, e como o foco sempre esteve no pastor alemão, a mesma conseguiu ter algum sucesso por cá, assim como no país de origem.

De facto, e se compararmos com “Inspetor Max”, não tem nada a ver e, devo dizer que, se trata de uma cópia bastante ‘rasca’ daquilo que “Kommissar Rex” é. Reconheço, certamente, mérito à série portuguesa, mas apenas a série Austríaca me conseguiu cativar de forma entusiasmante. Poderá parecer uma série policial banal, mas não o é. Na verdade, o facto de se focar num cão e não num laboratório científico, torna a história mais interessante, não só pelos temas que aborda, mas também por deixar uma mensagem positiva relativamente aos animais e às suas capacidades e importância. Certamente algo que faltará na sociedade de hoje – valorizar os animais.

Quem não pôde acompanhar por algum motivo esta série, sugiro que caso tenha disponibilidade, a tente ver, pelos valores que passa. Um recordar dos bons velhos tempos, que às vezes também faz falta e, na minha opinião, dá uns 5 a 0 a várias séries policiais da atualidade.

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O Fora de Série regressa para a semana. Até lá!

Redatora e cronista