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Zulmira Ferreira recorda a morte do filho: “Vi o meu filho no chão da morgue. Foi a última vez que o vi…”

Sara Almeida
4 min leitura
SIC

Zulmira Ferreira falou sobre a morte do filho, Eduardo Daniel.

Zulmira Ferreira esteve esta quinta-feira, dia 19 de janeiro, à conversa com Júlia Pinheiro, sobre a morte do filho, Eduardo Daniel, no passado dia 19 de novembro, vítima de aneurisma, durante a viagem para o Qatar.

“Foi no aeroporto que ele se sentiu mal, ele não embarcou. A partir do momento em que vi a hora fiquei preocupada de não ter notícias sobre ele, ele não responder nem nada, e passei a noite inteira a tentar entrar em contacto com ele e nada. No dia a seguir liguei para o Qatar e no sítio onde ele iria trabalhar não tinham notícias dele. Aí começou o meu terror…”, começou por recordar.

Na altura, Zulmira Ferreira estava numa festa no Egito com o marido, Jesualdo Ferreira. “Eu estava no Cairo, vim para Portugal, fiz escala em Frankfurt, porque não havia voo direto, assim que eu aterro em Frankfurt é quando tenho a notícia que o meu filho está internado num hospital em Istambul. A embaixada tinha conseguido localizá-lo, disseram-me que tinha tido um aneurisma e que estava estável”, continuou.

“Eles esperaram que eu chegasse para eu pagar a cirurgia que era necessário fazer, não era autorização, nunca pensei que estivessem à minha espera para o tratar. Quando cheguei ao hospital nem queria acreditar, aquilo era tipo um ambulatório, vi o meu filho sedado e tentei transferi-lo para outro hospital bom, e eles não deixaram, disseram que ele corria risco de vida, queriam o dinheiro da operação”, explicou.

“E qual não é o meu espanto quando, depois de eu ter pago os 26 mil euros, só pela cirurgia, vejo uma ambulância a levar o meu filho para ir para outro hospital do mesmo grupo, e foi 1h30 de caminho no trânsito caótico acompanhado pela namorada e bombeiros”, recordou.

Após ser operado, voltou ao primeiro hospital, e Zulmira Ferreira só recebeu notícias de Eduardo depois de os funcionários terem recebido o dinheiro. “Veja bem que tipo de gente é aquela. Por isso é que eu digo e não tenho medo nenhum de dizer, o meu filho foi assassinado ali, aquilo foi um homicídio, não foi outra coisa”, confessou. Os médicos revelaram que a cirurgia tinha corrido bem, e que nem ia ficar com sequelas.

No dia a seguir, Zulmira Ferreira conseguiu ver o filho, que abriu os olhos, chorou e levantou o braço, no entanto, como estava bastante agitado ao acordar, a progenitora foi convidada a sair da sala

“Na madrugada ligaram-nos para ir urgentemente ao hospital e aí percebi que alguma coisa de errado tinha acontecido e foi… Chegámos e deram a notícia de que tinham perdido o paciente. Pareciam ratos, toda a gente a fugir, cirurgiões, tudo, fugiram todos de nós e o meu filho partiu assim”, recordou.

“A maneira como trataram o meu filho… É indescritível. A maneira como vi o meu filho… Acho que não se faz isso em país nenhum. Vi o meu filho no chão da morgue, é uma coisa que não tem explicação. Foi a última vez que eu o vi. Não quis autópsia. Só queria trazê-lo… Ele ainda estava lá agora de certeza se quisesse ter feito a autópsia”, terminou.

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