Zé Amaro teve uma infância marcada por dificuldades financeiras, sofreu duros golpes como a perda do pai e do melhor amigo.
Zé Amaro foi o convidado deste sábado, dia 16 de julho, do ‘Alta Definição’. O cantor juntou-se a Daniel Oliveira para uma conversa sobre o seu percurso profissional e os momentos difíceis que teve de enfrentar na vida, desde as dificuldades financeiras da família, até à morte do pai e do melhor amigo.
“Faltava dinheiro para tudo”
Zé Amaro é o sétimo de dez irmãos, e não teve uma infância nada fácil, uma vez que cresceu no seio de uma família pobre. “Os meus pais deram-me tudo, mas essa estabilidade financeira não, não podiam. [Faltava dinheiro] para tudo, tive necessidades de algumas coisas, nunca comia iogurtes, por exemplo“, começou por dizer.
Apesar das dificuldades monetárias, amor e proteção foi algo que nunca faltou nesta família numerosa: “O meu pai tinha um olhar sempre terno. Bastava um olhar, um chegar a casa que nos dava uma paz incrível“.
Zé Amaro recordou ainda que tinha apenas um brinquedo que “guarda religiosamente” – um carrinho de chapa oferecido pelos sindicatos dos seus pais – e que andou sempre descalço até aos oito anos, exceto para ir para a escola, que tinha apenas um par de botas: “Não dava para mais“.
A morte do pai e do melhor amigo
Como se estes duros golpes não bastassem, Zé Amaro atravessou momentos ainda mais difíceis e marcantes, como o dia em que assistiu à morte do pai.
“No dia em que ele faleceu fui o primeiro a chegar a casa. A minha tia ligou-me a gritar e quando cheguei lá, ele estava a falecer naquele momento. Senti que ele ficou em paz, ficou bem por sentir que estava lá alguém (…) sentia que era muito amado por ele“, afirmou.
“Peguei-lhe na mão e ele faleceu. A minha família sabe que eu cheguei e fiz tudo sozinho. Eu vesti o meu pai (…) é algo que me marca para a vida toda“, contou, garantindo ainda que foi um “excelente” pai e que tem muito orgulho nele.
Quase na mesma altura, o artista perdeu também o seu melhor amigo: “Foi uma pancada muito grande, aquelas duas coisas… Por vezes ia à minha terra e ia ao cemitério para estar com eles. Foi muito difícil essas duas perdas para mim. Andei muito stressado, muito deprimido“.
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