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Vanessa Martins fala sobre endometriose e maternidade: “Ouvi tantos disparates”

"Não permito que as pessoas me digam: ‘Então, quando é que vais ser mãe?’. Eu vou ser mãe quando quiser", afirmou Vanessa Martins.

Ana Ramos
6 min leitura
Vanessa Martins/Instagram

Vanessa Martins foi uma das convidadas do podcast “N’A Caravana”, desta segunda-feira, e falou sobre a endometriose, à qual foi operada, e a maternidade.

Vanessa Martins recordou que tinha dores “horríveis” na altura da menstruação e que ninguém lhe arranjava solução, nem mesmo no hospital: “Era incapacitante mesmo”. “Dores menstruais não são normais, pelo menos, aquelas que me mandam ao chão e não me deixam andar”, completou.

Uma das vezes que teve essas dores, a médica disse-lhe que poderia até “ser uma gravidez ectópica”: “Eu pensei ‘olha, ao menos, consegui uma vez’. Mas não era”.

Vanessa Martins passou por várias consultas para descobrir o que tinha e também por diversos tratamentos de fertilidade, uma vez que não conseguia engravidar, mas nada dava resultado. Até ao dia em que foi a uma consulta de gastroenterologia, porque “pensava que tinha um problema nos intestinos”: “Ouvi tantos disparates sobre o que poderia ser”.

O médico informou que não tinha “nada nos intestinos e no estômago”, mas, sim, endometriose na zona pélvica, que estava “a passar para a zona dos intestinos”. Assim, Vanessa Martins pôde, de seguida, ser tratada na especialidade e foi aí que descobriu mais sobre a doença.

“Quando eu tive, pensei: ‘O que é isto?’. Até relativizei. Ela [a médica] disse e eu ‘ok, então e o que eu tenho de fazer?’. ‘Tenho de ver, tem de ser operada’. ‘Pronto, tenho de ser operada, tenho de ser operada’”, lembrou, referindo que costuma receber “algumas mensagens de mulheres” que estão a passar pelo mesmo de uma forma “pesada”.

“Disseram que ela tinha endometriose, não disseram que ela ia morrer, por isso, o mundo não vai acabar. Isto é só um percalço e, agora, ela vai ter de arranjar uma solução”, afirmou Vanessa Martins, explicando que a operação “custa para umas mulheres, para outras, não custa tanto”. “Não me custou assim tanto. Tenho uma médica incrível, fui muito bem tratada. Saí passados quatro dias e estava ótima e nunca mais vivi com dores, o que é bastante positivo”, contou.

“A minha médica diz que estou curada porque eu fui operada. Então, agora, estou numa fase estável em que sou medicada, como é óbvio, por isso, eu já não tenho nenhuma crise de endometriose porque já não tenho endometriose. Eu fiz a operação e fiquei ‘clean’ [limpa]”, informou Vanessa Martins.

A partir de agora, “supostamente”, Vanessa Martins já pode engravidar, mas não é um objetivo, por agora, como explicou a Rita Ferro Alvim: “Agora, vamos ver o que acontece no futuro”.

“Não se sabe, nunca se sabe. Eu não posso sentir falta de uma coisa que eu nunca tive, eu nunca fui mãe, por isso… Eu vou fazer 37 anos e não sei se vou ser mãe. Eu gosto tanto da minha vida que, se calhar, é isto… Agora, vou ficar triste por uma coisa que eu nunca vivi? Não sei. Eu quero ser mãe, mas, se não for, também não vou ser. Sou mãe de um cão, olha, também é fixe… há outros caminhos”, comentou.

“Não penso nisso, não faço isso como um objetivo, não permito que as pessoas me digam: ‘Então, quando é que vais ser mãe?’. Eu vou ser mãe quando quiser. Isso é uma coisa muito íntima. Eu vou ser quando eu quiser, porque, depois, sou eu que aturo, sou eu que cuido, sou eu que tenho as dores… por isso, é quando eu quiser e me sentir preparada. Neste momento, eu não quero”, assegurou Vanessa Martins.

Vanessa Martins explicou também que deixaram de lhe fazer perguntas sobre o tema, porque deixou “as coisas bastante claras” e, quando anunciou que tinha endometriose, “também foi um bocadinho para calar meio mundo” que a “‘cobrava’ constantemente.

“Eu tenho vários exemplos à minha volta de que é, realmente, difícil e que é cada vez mais difícil e acho que também tem muito a ver com a forma como a mulher vive, que não vive igual há 50 anos”, completou.

Atualmente, Vanessa Martins está no processo de congelamento de óvulos: “Vou fazê-lo porque quero ser mãe mais tarde e, depois, pode já não ser pela endometriose, mas porque já vai ser mais difícil… então, olha, é um seguro. Se engravidar naturalmente, não vou lá buscá-los, se for preciso, vou lá buscá-los. Tenho aquela garantia que eles estão lá fresquinhos”.

Veja aqui a conversa completa.

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