Tânia Graça, psicóloga clínica e sexóloga, fez uma partilha, esta quarta-feira, com os seguidores, sobre a celulite.
“Olá, o meu nome é Tânia e tenho celulite”, começou por escrever. “Hoje em dia, temos uma relação super pacífica mas nem sempre foi assim. Apesar de sempre ter sido magra e dentro daquilo que a sociedade definiu como o corpo ‘normativo’, também sempre tive estes belos furinhos”, continuou a psicóloga que tem o podcast “Voz de Cama”, juntamente com Ana Markl, na Antena 3.
“Durante vários anos, debati-me com este suposto problema. Lembro-me de uma fase, nos últimos anos de faculdade em que já trabalhava, e juntava todos os troquinhos que sobravam no fim do mês para investir em pacotes promocionais de tratamentos anti-celulite. Ele era agulhas, vibrações, coisas que faziam frio, quente, e até massagens das quais saía toda a roxa”, recordou Tânia Graça, referindo que “os resultados eram poucos ou nenhuns”.
“Com os anos, fui lendo sobre o tema, e percebi algumas coisas: A celulite, na grandeee maioria dos casos, não é um problema de saúde. Estão envolvidos fatores hormonais, de idade, genética, alimentação e exercício. Ou seja, não admirava que, apenas um tratamento não conseguisse aniquilar a bicha. E percebi ainda que, mais de 80% das mulheres também a tinham”, descreveu Tânia Graça.
“Se não é um problema de saúde, se é super difícil de eliminar e, ainda por cima, quase todas a temos, por que é que me sinto tão desconfortável com ela? Porque foi isso que fui vendo e ouvindo na televisão, nas revistas, nos anúncios a produtos milagrosos. Aconteceu aquilo que acontece sempre entre a sociedade, as mulheres e os seus corpos”, concluiu ainda Tânia Graça.
“Está tudo ótimo que façamos todos os tratamentos que quisermos se isso nos fizer sentir bem. Mas que o façamos com a consciência de que não há nada de verdadeiramente errado com os nossos furinhos”, ressalvou Tânia Graça.
Tânia Graça explicou que, atualmente, não adora a sua celulite, mas que está “em paz com ela” e já não a tenta “tapar ou mudar de posição” quando se sento “para disfarçá-la”.
“E o corpo bonito, meus amores, é aquele onde vive uma pessoa feliz”, rematou.
