A psicóloga e sexóloga Tânia Graça partilhou, esta quinta-feira, nas redes sociais, um excerto de um dos episódios do podcast “Voz de Cama” e aproveitou para fazer uma reflexão.
“As regras no sexo nunca podem ser definidas apenas por um dos lados, sem discussão prévia sobre isso com o outro. Nunca podem ser definidas contemplando apenas o prazer de um e ignorando, não só o prazer como também os limites do outro”, começou por referir no Instagram.
“E é fácil cairmos no erro de não colocarmos esses limites. Por insegurança, por receio de perder a pessoa, por medo de ficar sozinhas. Porque nos ensinaram que só em casal seriamos inteiras, e que então teríamos de estar ao serviço sempre. Da mesma forma que lhes ensinaram a eles que os nossos corpos são património público, objeto para o seu prazer”, continuou Tânia Graça.
“‘Que exagero, Tânia, eu nunca ouvi nada disso!’ É possível que não tenhas ouvido desta forma. Mas ouviste de outras, aprendeste pelo exemplo, pela socialização. Por exemplo, quando os meninos levantavam as saias das meninas e elas é que eram proibidas de vir assim vestidas a partir daí. Quando ouvíamos algum familiar dizer: ‘Aquela foi traída, pois, claro, então, o homem não tinha em casa teve de procurar na rua!’ ou então ‘Os homens têm necessidades’”, afirmou ainda Tânia Graça.
“Os limites sobre o nosso corpo são aprendidos com dificuldade. A autoconfiança para os colocar também. A consciência de que temos direito ao prazer tanto quanto os nossos parceiros, também”, comentou Tânia Graça.
“Mas é essencial! Por nós, em primeiro lugar, e porque só queremos na nossa vida quem respeite esses limites e valorize esse prazer, tanto quanto nós”, rematou.
