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Sobre dar “o último suspiro em direto”, Goucha reage: “Imagina o dinheirão que a TVI ia ganhar à minha conta”

"Eu não tenho é crença alguma, porque, se me garantissem um lugarzinho numa televisão celestial, tudo bem."

Ana Ramos
4 min leitura
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Manuel Luís Goucha foi o mais recente convidado do podcast “Reset”, de Mariana Cabral, mais conhecida como ‘Bumba na Fofinha’, e falou sobre a sua carreira na televisão de uma forma descontraída.

O apresentador admitiu que o facto de ter focado a sua vida no trabalho fez com que descurasse “muitos aspetos” da sua vida: “Não investi nas relações interpessoais”.

“Eu escolhi a vida que quero e, por isso, eu sou muito feliz em termos profissionais. Agora, também é por isso que, quando tiver tempo para mim – porque, possivelmente, já não irei a tempo de fazer coisas que poderia ter feito ao longo destes 68 anos -, tenho é de investir em mais tempo para mim, para fazer outras coisas que me dão prazer e que foram sempre relegadas para segundo ou terceiro plano”, referiu Manuel Luís Goucha.

“Eu investi naquilo que eu entendo que me dava muita felicidade e que me dá muita felicidade, que é fazer televisão e ser um bom apresentador de televisão”, sublinhou Manuel Luís Goucha. “E és o melhor, na minha opinião”, interpelou Mariana Cabral.

“Eu tenho dificuldade de dizer que sou o melhor. Sei que estou no primeiro patamar, como estão lá outros, agora, o melhor é sempre muito subjetivo… não é importante isso”, comentou Manuel Luís Goucha.

“Sei é que, todos os dias, saio do estúdio consciente de que eu fiz um bom trabalho, o melhor que eu pude fazer dada a minha preparação, dado o meu estudo, dada a minha pesquisa. Agora, eu só investi a minha vida nisto. Foi uma opção. Descurei outras coisas, outras partes. Possivelmente, não me irei arrepender, mas poderia ter feito as coisas de outra maneira”, considerou ainda Manuel Luís Goucha.

“Mas tu ainda tens muitos anos pela frente… parece que estás a falar e estás nas despedidas”, afirmou Mariana Cabral. “Não tenho assim tantos anos pela frente, mas, repara, eu vou sair dos diários com 70 anos”, respondeu Manuel Luís Goucha.

“Eu acho que tu vais dar o último suspiro em direto… se houvesse alguém que eu gostava de ver a ir-se embora em direto…”, ironizou Mariana Cabral. “Não, imagina o dinheirão que a TVI ia ganhar à minha conta”, brincou Manuel Luís Goucha, deixando a plateia às gargalhadas.

“Imaginem isto: ‘Assista em direto à eutanásia de Manuel Luís’”, continuou, entre risos, Mariana Cabral. “Ah! Tu estás a propor mesmo eutanásia, não estás a propor uma morte gloriosa, o último suspiro”, acrescentou Manuel Luís Goucha, também entre risos.

“Eu imagino, do género, que, se quisesses desaparecer, fosse assim uma coisa do género quando a festa está em altas: ‘Adeus’”, imaginou ‘Bumba na Fofinha’, que quis saber como é que o apresentador escolheria que fosse a sua morte.

“Pacificamente. Não me chateia nada que seja… assim como os atores querem morrer no palco… eles morrem todos os dias quando o pano fecha, mas, depois, renascem no dia seguinte. A maior parte dos atores quer morrer no palco e faz todo o sentido. Estas profissões não têm reforma. Fernando Pessa trabalhou na RTP até aos 98 ou 99. Agora, desde que seja pacificamente, tudo bem”, comentou Manuel Luís Goucha.

“Chateia-me é morrer… Eu não tenho é crença alguma, porque, se me garantissem um lugarzinho numa televisão celestial, tudo bem… Eu sou um belo exemplo para um conteúdo celestial”, rematou Manuel Luís Goucha.

Veja aqui a conversa.