fbpx

Simone de Oliveira: “Mesmo que nos violassem, não os iríamos denunciar”

Duarte Costa
2 min leitura
Créditos: SIC

Simone de Oliveira viajou até Angola para animar as tropas portuguesas na Guerra Colonial, no final dos anos 60, e acordou com as três colegas que a acompanharam que, mesmo em caso de violação, não iriam fazer denúncias.

Simone de Oliveira tinha 23 anos quando, em conjunto com outras colegas do sexo feminino, viajou até Angola para cantar para os militares portugueses que há meses que não viam as respetivas famílias. Ciente de que poderiam ser atacadas sexualmente por algum deles, as artistas chegaram a um acordo secreto para que, mesmo em caso de violação, não os iriam denunciar, pois o mais provável é que fossem castigados com a morte.

Nós tínhamos feito um pacto pelas quatro mulheres: acontecesse o que acontecesse, se alguém se tivesse metido connosco, e não temos isto para dizer de ninguém, nós calaríamos porque eles eram encostados à parede e fuzilados (…) Fizemos esse pacto. Nós não abriríamos a boca“, confidenciou no programa Júlia, da SIC. Vídeo aqui. “Rigorosamente ninguém se meteu connosco. Não temos isto para dizer de ninguém“, garantiu.

A conduzir a entrevista, Júlia Pinheiro ficou pálida. “Ai, agora pôs-me uma pedra dentro… Que horror pensar numa coisa dessas. E era tão novinha“, exprimiu.

Leia também: António Sala recorda o seu 1.º programa de televisão ao lado de Simone de Oliveira