Romana falou sobre o filho Ian.
Romana passou por um processo complicado quando o filho Ian começou a gostar de vestir peças de roupa usadas tradicionalmente pelas raparigas. Tudo começou quando o menino, de cinco anos, começou a ver a irmã, de 18 anos, com as roupas de ballet, e ficou encantado.
“Ele chorava imenso todos os dias de manhã, porque não gostava de como nós o vestíamos. Dizia que o roupa dos rapazes era feio e gostava das das meninas. Pedia por favor para nós não o obrigarmos”, começou por explicar à Nova Gente.
“Quando íamos às compras, ele ia paro a secção de menina. Eu só lhe dizia: ‘Ó amor, não.’ Ao início, doeu-me muito. Eu não sabia o que fazer e só lhe dizia que não podia ser, que ele é um menino”, continuou.
“Eu não sabia como lidar com isto… Chorei tanto… não imaginam o que eu chorei. A quantidade de vezes que fiquei no carro o chorar… Porque eu via que ele estava contrariado. Cheguei a questionar se estaria a ser uma boa mãe só por ter medo que o magoassem”, confessou.
Uma conversa com uma amiga acabou por mudar a mentalidade da cantora. A amiga explicou que se Romana aceitasse o filho, teria de o aceitar como ele era, seja a gostar de roupas de meninas ou não. A partir daí, Romana conversou com o menino e aceitou que ele usasse as roupas.
“Nesse mesmo dia, fui buscar o lan fui comprar umas peças de roupa […]. O lan agarrou numa saia e perguntou-me se podia. Eu disse que sim, claro que sim, que a saia era muito bonita”, contou.
“Comprei-lhe leggings, comprei-lhe saias e camisolinhas com flores, comprei-lhe laços para o cabelo, e ele todos os dias ia para a escola calmo e sereno, de cabeça erguido e de mão dada comigo. É importantíssimo ele saber que a mãe e o pai estão do lado dele”, explicou.
No início o menino acabou por ser ‘gozado’ na escola e chamado de “paneleiro”. “Eu fiquei a ver, sem interferir, e ele contornou esse miúdo. Nem sequer olhou para a cara dele. Ignorou-o e foi ter com as meninas e os meninos que o conhecem e que já o aceitam. Os louros são todos do Ian, que mostrou a estas crianças que tem confiança suficiente, que lhes mostrou saber o que quer e estar disposto a lutar por isso”, frisou.
“Ele não perde tempo com pessoas que não interessam, que não o compreendem. Para quê preocupar-se ou perder tempo com os outros? Foi exatamente isto que eu aprendi naquele momento. Foi incrível”, terminou.
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