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Rita Ferro Rodrigues recorda: “Foi a pessoa em toda a minha vida que mais acreditou em mim”

"Não há um dia da minha vida em que ‘não fale com ele’ antes de adormecer."

Ana Ramos
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Rita Ferro Rodrigues recordou, esta segunda-feira, o avô, Eduardo Alberto Ferro Rodrigues, numa publicação nas redes sociais.

“Faria 100 anos hoje, o meu querido avô. Aconteceria uma grande festa – ele gostava de fazer anos e ainda gostava mais de festas”, começou por escrever.

“Era um homem muito alto e, na juventude, muito giro e talvez uma das pessoas mais carismáticas que conheci porque captava a atenção de todos a contar histórias, quando ria a gargalhada ecoava por quarteirões seguidos, era a alma de qualquer convívio, abraçava demoradamente, era o meu ‘elefante’ matricial, a pessoa de quem penso ter herdado alguma poesia e vontade de olhar o mundo com ternura e esperança. Dele herdei também comoção infantil com o belo”, afirmou Rita Ferro Rodrigues.

“Recebeu a medalha de Honra dos 80 anos da Sociedade Portuguesa de Autores, juntamente com Raul Solnado, Igrejas Caeiro, Alçada Baptista, Lagoa Henriques, Urbano Tavares Rodrigues, entre outros. Escreveu dezenas de peças teatro e foi autor de vários programas de rádio, entre os quais os ‘Parodiantes de Lisboa’. Fazia dupla de escrita de grande sucesso com o seu amigo de vida, Santos Fernando”, contou Rita Ferro Rodrigues.

“Enquanto autor, antes do 25 de Abril, foi muitas vezes alvo de censura dos textos que escreveu para a rádio e teatro, era muito crítico dos regimes de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano. Adorava viver e viveu com muita intensidade, liberdade (mesmo quando a ditadura reprimia) e alegria”, sublinhou ainda Rita Ferro Rodrigues.

“Foi a pessoa em toda a minha vida que mais acreditou em mim – no sentido de me fazer sentir que tinha super poderes para ser o que quisesse. Não há um dia da minha vida em que ‘não fale com ele’ antes de adormecer”, acrescentou Rita Ferro Rodrigues.

“Deixo-vos esta homenagem ao seu nascimento porque sei que o deixaria muito feliz. E uma frase que me escreveu numa troca de cartas que leio e releio sempre que preciso: ‘Mas todos temos o direito de esperar a Esperança das Esperanças. E nós amamos a Vida e Amamos este Planeta, a Mulher, o Homem, a Natureza e este Universo, onde somos parte duma réstia de deslumbrada poeira. Vamos entrar nesta Aventura, de mãos dadas, como sempre temos caminhado’”, citou Rita Ferro Rodrigues.

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