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Rita Ferro Rodrigues explica fim do projeto “Maria Capaz”: “Cumprimos o nosso papel”

“Até me dá vontade de rir como é que fomos tão atacadas por dizermos coisas tão simples", disse Rita Ferro Rodrigues.

Ana Ramos
2 min leitura

Rita Ferro Rodrigues foi a convidada desta quarta-feira, na Rádio Renascença, no programa d’“As Três da Manhã”, e falou sobre o fim do projeto “Maria Capaz”.

“Acho que cumprimos o nosso papel. Não tinha grandes expectativas. Acho que surgimos numa altura em que era necessário, lançámos a confusão e o debate. Era o que queríamos, pôr as pessoas a falar sobre determinados temas que agora já estão completamente normalizados”, comentou.

“Até me dá vontade de rir como é que fomos tão atacadas por dizermos coisas tão simples como: ‘Olha, não deve haver um manual para rapaz e um para raparigas de exercícios de matemática. Na altura, fomos atacadíssimas, agora, ninguém discute que isto era uma realidade. Era só estúpido”, continuou Rita Ferro Rodrigues.

Rita Ferro Rodrigues referiu também que era “uma coisa que, depois, mais à frente, era mais difícil de gerir”, porque dá “muito trabalho”: “Ao contrário do que as pessoas pensam, não se ganha dinheiro nenhum, nem era esse o intuito, mas era preciso haver uma maior mobilização de pessoas para o trabalho diário do que é manter uma plataforma com muitas pessoas a escrever”.

“Achámos que era melhor. Já tínhamos cumprido, que era fazer mesmo barulho e lançar o debate e a discussão e irmos às escolas e tentarmos que as miúdas falassem um bocadinho sobre igualdade de género”, recordou ainda Rita Ferro Rodrigues.

Capazes era uma associação feminista que nasceu em 2014 e que pretende promover a igualdade de género.

“Foi um processo de capacitação de todas nós que começámos a fazer isto. Ou seja, quando comecei este projeto das Capazes com a Vera [Sacramento] e com a Iva [Domingues], não sou a mesma pessoa que sou agora. Aprendi imenso e aprendi com outras mulheres que lá estavam, mais experientes, que já tinham lido muito mais do que eu sobre determinados assuntos”, concluiu Rita Ferro Rodrigues.

Veja aqui uma parte da entrevista.