Rita Ferro Rodrigues partilhou, esta quarta-feira, uma reflexão sobre a infância.
“Sinto saudades de tudo nesta fotografia. Ser pequenina e os problemas resumirem-se a ter ou não direito a um chocolate depois do almoço”, começou por dizer.
“A varanda da casa dos meus avós onde a fotografia foi tirada. O avô que tirou a fotografia. O cheiro a feijoada com ovos escalfados que inundava cada divisão, antecipando a mesa de almoço dos Domingos de Inverno. O barulho dos saltos da avó nos tacos de madeira do chão”, relatou Rita Ferro Rodrigues.
“Eu e o meu mano que raramente nos zangávamos – ainda hoje é assim – e, quando acontecia, bastava dizer-nos ‘os gémeos são muito amigos’ e caíamos no abraço um do outro, declarando imediatamente paz”, recordou Rita Ferro Rodrigues.
“Na sala desta casa, o Sol espreguiçava-se nos sofás na hora do digestivo depois do almoço, os gémeos tinham uma chaveninha para cada um, para fazerem de conta que bebiam café, como os crescidos”, continuou Rita Ferro Rodrigues.
“Uma infância segura e feliz, que privilégio. O maior seguro de saúde que se pode ter na vida. Uma memória que deveria ser comum a todas as crianças do mundo para as quais os problemas se resolvem com um abraço… e os ‘dói-dóis’ com um beijinho”, afirmou Rita Ferro Rodrigues.
“As crianças do mundo deviam mandar no mundo, é quando crescemos que lixamos esta porra toda”, rematou.
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