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Ricardo Ribeiro confrontado: “Começas este disco dizendo ‘mais vale só do que mal acompanhado’. Para quem é o recado?”

"Fazer músicas mais alegres ou cantigas mais alegres têm a ver, hoje em dia, com o meu filho."

Ana Ramos
2 min leitura
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Ricardo Ribeiro esteve, esta sexta-feira, na Rádio Renascença, à conversa com ‘As Três da Manhã’ para falar sobre o seu novo trabalho.

“Estás de volta com um álbum chamado ‘Terra que vale o Céu’. Começas este disco dizendo ‘mais vale só do que mal acompanhado’. Para quem é o recado?”, questionou Ana Galvão.

“É para quem a carapuça servir! Acho que é uma lição boa e nós, às vezes, confundimos isolamento com solidão e solidão é uma coisa ótima, isolamento não”, respondeu Ricardo Ribeiro.

Joana Marques quis ainda saber: “Algumas das tuas músicas são muito tristes. É fácil estares feliz e bem na vida e, de repente, compores músicas assim tão profundas?”.

“Eu tenho esta coisa dentro de mim, não sei explicar porquê… eu sou uma pessoa muito mais dada à tristeza e à profundidade e observar coisas”, disse Ricardo Ribeiro.

“Às vezes, fazer músicas mais alegres ou cantigas mais alegres têm a ver, hoje em dia, com o meu filho, que é uma criança pequena, com um ano e 10 meses, que se ergue de manhã com um sorriso largo e luminoso, dizendo ‘Olá’. Uma pessoa não fica indiferente”, acrescentou Ricardo Ribeiro.

“O fado é uma cantiga que apela a uma determinada concentração, a uma determinada religação entre Terra e Céu, porque te fala da lucidez dolorosa da vida, da tragédia um bocado da existência e isso não quer dizer que seja uma coisa má. Hoje em dia, queremos muita distração. Tudo o que seja para concentrar e para te lembrar da vida tu tentas fugir e, portanto, o fado apela a isso mesmo”, comentou Ricardo Ribeiro.

“Ao apelar a isso, automaticamente, a pessoa que o faz ou que, pelo menos, o tenta fazer tem uma determinada carga e uma determinada característica que tu não sentes, por exemplo, noutro tipo de cantores”, referiu Ricardo Ribeiro.

Veja aqui uma parte do programa.