Rui Santos admite que Cristiano Ronaldo tem algumas responsabilidades naquilo que lhe está a acontecer, mas sublinha que o modo como o Manchester United e o treinador Erik ten Hag estão a gerir o caso é “bullying”.
Cristiano Ronaldo quis sair do Manchester United durante o verão, não conseguiu, e agora tem tido falta de oportunidades na equipa. Recentemente, até abandonou o banco de suplentes mais cedo e foi para o balneário, atitude que lhe valeu um castigo por parte do clube e a não convocatória para o próximo desafio dos red devils, que será diante do Chelsea.
Rui Santos, comentador de Desporto na CNN Portugal, esteve a analisar o caso num noticiário conduzido pela jornalista Sara Pinto. “Pode ser um futuro inglório se o Cristiano Ronaldo não se ajudar a ele próprio e se o Manchester United não lhe conferir algum apoio. Eu acho que ele está num beco sem saída. Está refém de si próprio e está refém do Manchester United“, começou por dizer, sublinhando que tem havido falta de bom senso na gestão deste dossier.
“[A decisão do afastamento do jogo com o Chelsea] é radical e humilhante. Eu acho que o Ronaldo fez alguma coisa para se colocar nesta posição, mas não merece aquilo que está a ser feito. Não merece só em função daquilo que foi o seu trajeto, ainda que o futebol seja o presente e o futuro e não só o passado, mas um clube como o Manchester United, que contrata um jogador como ele, também tem de proteger o seu ativo. E isto não é proteger um ativo. Isto é bullying!“, acusou.
“A gestão que está a ser feita pelo Erik ten Hag não é uma gestão compatível com aquilo que é o aproveitamento de um jogador desta dimensão. Eu acho que há responsabilidades de parte a parte. Do Cristiano e do Manchester. E acho que há aqui uma vingança, uma assunção daquilo que é uma tentativa de Erik Ten Hag de afirmação de liderança. Ele está a aproveitar-se daquilo que é o estatuto de Cristiano Ronaldo“, criticou.
“Eu repito, o Cristiano Ronaldo tem responsabilidades, mas isto não é forma de gerir. Eu acho que o Cristiano precisa da ajuda de todos os portugueses também, porque não podemos ter falta de memória. Ele é uma lenda do futebol mundial, não apenas por aquilo que tem feito nos últimos anos, mas por todo o seu percurso. E nós, portugueses, devemos dar-lhe todo o apoio. Ele merece, não obstante os erros que cometeu“, concluiu.
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