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Nuno Markl e o percalço na tradução do filme Soul: “Racismo sistémico”

Duarte Costa
2 min leitura
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Nuno Markl refletiu acerca do filme ‘Soul’, cujo protagonista é negro, e do debate que se gerou por causa da dobragem para português. “Este tipo de incidente só ajuda a que continue sem haver ninguém”, referiu o radialista.

“O debate sobre a dobragem portuguesa de Soul é muito válido, faz todo o sentido acontecer. Não é um excesso do politicamente correto (e vós sabeis o quanto eu às vezes me agasto com alguns desses excessos). O filme é uma obra-prima e a dobragem portuguesa é ótima, bem dirigida e interpretada – esse mérito não está em causa”, lê-se no início de uma publicação que Nuno Markl colocou no Instagram.

“Mas é claro que Portugal deveria ter prolongado o momento histórico celebrado internacionalmente pelas próprias Disney e Pixar: Soul é o primeiro filme da Pixar com um protagonista negro, contando o elenco original com as vozes de Jamie Foxx, Angela Bassett e Questlove. Temos excelentes atores negros capazes de vestir a pele destas personagens e a desculpa «não temos cá ninguém» é falsa; este tipo de incidente só ajuda a que continue sem haver ninguém”, continuou.

“Sempre que acontece uma coisa destas, prossegue-se o escavar do fosso que afasta esses atores das oportunidades que merecem. Quando se fala de racismo sistémico, fala-se de percalços destes: não terá havido más intenções, mas o simbolismo de Soul, apesar de contar uma história universal sobre emoções que atravessam pessoas de todas as cores e culturas, é particularmente especial e devia ser celebrado cá como aconteceu nas versões dobradas de Soul noutros países”, considerou Markl.

“Pode ser que trazendo este tema a debate, as coisas mudem. Que se tome isto como construtivo, porque é esse o espírito”, completou.

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