Nuno Markl escreveu, esta terça-feira, nas redes sociais, acerca de “um naco de pura arte popular” transmitido numa rádio local.
“Como é sabido, amo Rádio. Fazer e ouvir. Tenho um tremendo respeito e admiração pelas tantas rádios locais espalhadas pelo país (comecei a minha vida radiofónica numa, pequeníssima mas honrada) e comove-me a dura luta pela sobrevivência de tantas delas, sem outros apoios que não a sua comunidade de ouvintes”, começou por referir.
“O Rádio Clube de Monsanto, emissora com história, é um desses casos. Ainda não fui a Monsanto (tenho de resolver essa lacuna em breve), mas é um sítio que me fascina à distância, nas fotos e vídeos que vejo, nas descrições apaixonadas que leio sobre a zona. É um lugar que deve ter muitas histórias para contar e que mereciam ser contadas aos microfones da RCM”, mencionou Nuno Markl.
“Hoje em dia esta rádio passa, sobretudo, música e parece estar 100% automatizada (segundo o site, a RCM debate-se com a iminência de fechar por falta de apoios, o que explica a ausência de locutores)”, explicou. Contudo, “apesar de claramente entregue a um computador, há resquícios de uma acolhedora alma que encerra em si a mística e o calor humano de uma rádio de comunidade”.
“Um deles é a mensagem de boas noites, um naco de pura arte popular que é repetido todos os dias à meia-noite – uma coleção de quadras com dedicatórias a tantas profissões e desejos de uma noite pacata que parece emitida de outro tempo, outra dimensão. É tão castiço, tão do coração, que sinto que até os cínicos (e os intolerantes a instrumentais com sintetizadores e saxofone) se renderão a este laivo de uma presença humana cada vez mais rara em tantas rádios locais”, comentou Nuno Markl.
“Não sei quem é o dono da voz ou o autor das quadras; sei que há uma irresistível magia ‘old school’ nisto”, sublinhou o locutor.
