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Noémia Costa sobre período no Brasil: “Nas primeiras três semanas, queria vir-me embora”

Noémia Costa sublinhou que não foi “criada no medo” e, por isso, foi difícil a adaptação.

Ana Ramos
3 min leitura
SIC

Noémia Costa foi uma das convidadas de Júlia Pinheiro, esta quinta-feira, na SIC, e falou sobre o período que passou no Brasil a gravar a novela “Travessia”.

A atriz esteve no Brasil entre agosto do ano passado e maio deste ano para interpretar Inácia na nova novela. “Foi uma experiência muito boa”, comentou, referindo que foi “muito bem” recebida e que fez “amizades para a vida”.

“Aqui, não tenho razão nenhuma de queixa das produções com quem tenho trabalhado, também organizamos bem as coisas, só que eles lá, falando da parte financeira… eles têm hipótese de fazer tudo de forma megalómana. É uma escala diferente”, referiu Noémia Costa.

Apesar de ter tido boa reação do público, que é “muito mais efusivo”, à sua personagem, Noémia Costa confessou que viveu assustada durante algum tempo.

“O povo brasileiro é um povo guerreiro e generoso… eu vi tanta coisa no Brasil… da diferença social… As primeiras semanas para mim foram… eu queria vir-me embora, porque eu não fui criada no medo”, contou Noémia Costa.

“Tu não podes sair nem com um brinquinho, ou podes sair, podes é ficar sem orelha! Nunca me aconteceu absolutamente nada! Tive uma proteção grande, mas havia pessoas que, às vezes, saem de casa… As meninas que iam limpar o meu apartamento viviam em comunidades – as chamadas favelas – e diziam: ‘Dona Noémia, a gente, às vezes, sai de casa e não sabe se volta… a gente pede a Deus’. Se esse nível é assim, eu não quero”, relatou Noémia Costa.

“As primeiras três semanas eu disse: ‘Meu Deus, o que é que eu vim aqui fazer? Por favor, ajuda-me’. Mas, depois, pensei: ‘Bom, há alguma coisa que eu tenho de fazer. Primeiro, vou deixar de ver televisão’”, recordou.

“Ali, há, realmente, uma falta de tudo pela vida humana, de respeito e isso não me venham dizer que é por causa da diferença social, porque também há muita gente que vive nas favelas, gente honesta e trabalhadora… há pessoas que têm dois ou três empregos para conseguirem pagar os estudos aos filhos… Eu tenho um grande respeito por eles”, rematou Noémia Costa.

Veja aqui uma parte da conversa.

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