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Morreu Paulo Nuno Frazão, marido da atriz Marlene Barreto

David Soldado
5 min leitura
Foto: Blog Até à Lua
Nuno
Foto retirada do blog Até à Lua

Paulo Nuno Frazão tinha 34 anos e lutava há mais de sete anos contra um cancro. Era casado com a atriz e apresentadora Marlene Barreto e era um dos realizadores da Plural, produtora responsável pela ficção da TVI. Morreu esta madrugada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Marlene Barreto estava à sua cabeceira quando Paulo Nuno Frazão deixou de respirar. «Aproveitaste o silêncio da noite, o som do meu respirar e simplesmente partiste num suspiro doce e ténue. Sem sofrimento e isso ninguém me contou, fui eu própria que vi e ouvi. Nunca ficaria em paz se não tivesse sentido a paz que permitiu a tua partida», escreveu a atriz no blog Até à Lua onde deixou uma homenagem emocionante que está a deixar muitos dos internautas sensibilizados. Leia agora algumas das suas palavras: 

«Ontem deixei-te pelas 11h da manhã, precisava de vir a casa descansar… dei voltas na cama, tive sonhos revoltantes e levantei-me assim que reúni condições. Acordei com as maiores saudades tuas. Precisava urgentemente ver-te e aconchegar-te. Corri para o hospital e lá estavas … à minha espera… beijei-te infinitamente, cheirei-te, dei-te carinhos e limpei-te as lágrimas que corriam assim que sentiste a minha presença. Teve tanto de mágico como de duro, muito duro. Agora entendo, aquelas lágrimas eram uma despedida. Depois de tanta luta, foi a forma que encontraste para me dizer que estavas cansado, não havia mais condições para continuar uma luta tão inglória mas que foi também a promessa de que ficarias comigo para toda a eternidade. Irias caminhar ao meu lado a partir de outra dimensão… sempre comigo até à lua. Sentiste a minha energia, eu também senti a tua. Foi a combinação perfeita da nossa alma. A noite começou instável, o dia já o tinha sido, o anterior também. […] Agradeço-te por estes 9 anos de amor incondicional em que fomos os seres mais felizes e que apenas o eu e o tu importaram. Deitei-me no cadeirão ao teu lado e adormeci ao som do teu respirar. Era leve, muito leve. Mas ouvia-se, assim ao longe. Acordei 3 vezes e levantei-me para te tapar, para te beijar, para sentir de perto o teu respirar. […] O relógio marcava 03h55 quando ouvi um suspiro diferente de todos os outros. Esforcei-me para o ouvir o suspiro seguinte, e o outro e o outro … e o som não saía. Levantei-me e fiquei a olhar para o teu peito. Não mexia, estava imóvel. Toquei-te na mão , beijei-te a cara… estavas tão quentinho. Porque é que não estavas a respirar? Chamei a enf Carolina e a enf Cristina. – “ Não estou a ver o Paulo respirar!”, disse-lhes na esperança que me dissessem – “ Calma, a respiração está apenas mais leve”. Mas não. foram rapidamente buscar a monitorização e após a confirmação abraçaram-me dizendo : “ O teu super-herói partiu.” Tinhas partido, meu amor. Aproveitaste o silêncio da noite, o som do meu respirar e simplesmente partiste num suspiro doce e ténue. Sem sofrimento e isso ninguém me contou, fui eu própria que vi e ouvi. Nunca ficaria em paz se não tivesse sentido a paz que permitiu a tua partida. […] Foste um herói em cada momento. Deitaste fora um prognóstico terrível que, há 7 anos atrás, deu-te 12 meses de vida e decidiste ser apenas FELIZ. Fomos felizes, vivemos uma história de amor de que me orgulho demais . Mas agora vão ficar as saudades. Saudades tuas ao entrar em casa, saudades de acordar ao teu lado,  saudades do teu cheiro, saudades do teu ronfonfô, saudades das nossas produções juntos, das nossas viagens de carro, das idas ao hospital, dos fins-de-semana a ver filmes, saudades dos teus beijinhos pelo meu corpo… SAUDADE é a palavra que fica. E dói, vai doer, vai doer demais e agora é de ti que espero ajuda, ajuda para superar, para caminhar, para conquistar sonhos, para buscar a luz […].

Redactor.