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Marta Temido após período “difícil” da pandemia: “Sinto que envelheci”

Marta Temido foi ministra da Saúde entre 2018 e agosto do ano passado.

Ana Ramos
2 min leitura
SIC

Marta Temido foi uma as convidadas de Júlia Pinheiro desta segunda-feira, na SIC, e falou sobre o período em que esteve à frente do Ministério da Saúde, durante a pandemia da Covid-19.

A ex-ministra confessou que havia “dúvidas todos os dias”. “O que havia já tinha sido há muito tempo e não tinha um conjunto de fatores que hoje temos: velocidade da comunicação, das notícias, da transmissão da doença – basta pensar que já teríamos, certamente, casos a circular em Portugal antes daqueles que foram considerados os primeiros casos -, as viagens… Vemos as histórias das pandemias anteriores que começavam em determinado sítio e, depois, iam andando devagarinho ao longo de anos”, recordou, sublinhando também o facto de a pandemia ter “sido transmitida online”, através da comunicação que era feita sobre o tema na internet.

“Foi muito difícil, mas também nós apenas dávamos o rosto a um conjunto de pessoas, peritos, técnicos, equipas de assessoria de comunicação, equipas laboratoriais”, afirmou, referindo que as informações eram sempre partilhadas em equipas com quem refletiam “diariamente muito intensamente em muitos pontos do país e não só”.

Marta Temido revelou que não se sentia “sozinha”, mas que “houve momentos, naturalmente, de muita intensidade e de alguma solidão”. “A decisão é um processo mais solitário, porque muito que seja num governo, é solitária num grupo, agora, a troca de informações foi muito intensa”, continuou, elogiando que as pessoas foram “impecáveis na partilha do conhecimento”.

A deputada lembrou que, na altura, os dias “tinham muitas horas e acabavam quase sempre no dia a seguir, inevitavelmente”. “Dormia muito menos do que aquilo que preciso”, acrescentou.

“Sinto que envelheci, fisicamente, em termos de memória, isso sinto”, disse Marta Temido, brincando que só teve Covid-19 duas semanas depois de ter saído do Ministério da Saúde e que as amigas diziam que “o vírus tinha muito respeito institucional”.

Veja aqui parte da entrevista.

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