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Manuel Luís Goucha questiona Jacques Costa: “De que é que você vive?”

Jacques Costa é formada em Relações Internacionais.

Ana Ramos
4 min leitura
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Jacques Costa foi expulsa no passado domingo da casa do “Big Brother” e esteve, esta sexta-feira, à conversa com Manuel Luís Goucha, na TVI.

A dada altura da conversa, o apresentador perguntou: “De que é que você vive?”.

Jacques Costa é formada em Relações Internacionais e confessou que tem procurado emprego, mas “tem sido difícil”. A ex-concorrente, que disse já ter trabalhado “muitos anos sem receber”, afirmou que não tenta parecer outra pessoa quando vai a uma entrevista de emprego: “Isso seria uma violência demasiado grande! Eu sei que tenho capacidades para… portanto, não, não me mascaro. Não seria verdade e eu, quando quero fazer o meu trabalho, sei que consigo fazê-lo com a minha verdade”.

“Eu passei a imagem de menina rica, mas olhe que não é bem assim. Às vezes, as imagens enganam e o ‘Big’ disse logo que os livros não se leem pela capa e eu posso vestir-me de uma certa forma e falar bem, mas as coisas não querem dizer necessariamente que foi assim tão fácil aceder a coisas que sejam naturais”, explicou Jacques Costa.

“Vivi de ajuda de muitos amigos, de muito tipo de solidariedade e de algumas poupanças que tinha”, referiu ainda. Jacques Costa disse ainda que espera para o futuro algo semelhante a uma célebre expressão de Cláudio Ramos: “Saúde, paz e trabalho e o resto… [o Universo traz]”.

“Gosto muito de conhecer pessoas, gosto muito de falar de Política, gosto muito de Política. Poderia trabalhar em algum tipo de instituição… gosto muito de Cultura. O meu trabalho final de faculdade foi sobre ‘Museus como atores das Relações Internacionais’, sobre Neocolonialismo e construções de identidade comunitária, resumindo”, contou Jacques Costa.

“Fui uma pessoa que atuava durante muitos anos. Procurei emprego… Uma das professoras que mais gostava de mim e que me deu um 18 disse-me: ‘Olha, Diplomacia não é para ti’. Eu percebi, não precisava de explicar”, recordou Jacques Costa.

“Eu acho que sou uma pessoa, na verdade, muito empática e que consegue conversar com muita gente e eu acho que só por uma questão de eu ser assim… Há um contexto e o contexto é, de facto, conservador. Eu tenho todas estas características boas e capazes, mas há muita gente que é da comunidade trans e que não tem formação nem que seja, algum tipo de privilégio cultural, não têm isso e, depois, vão trabalhar para onde? Para os call centers, afirmou ainda Jacques Costa.

“A maior parte das pessoas trans em Portugal, se calhar, trabalha em call centers, quando é visível que são pessoas trans. Nenhum atendimento ao público aceita esse risco, infelizmente, e eu vejo nas pessoas trans uma beleza enorme na verdade e um orgulho enorme e um exemplo de amor, em geral, e de superação e de autorrespeito e de comunidade”, declarou também Jacques Costa.

Veja aqui uma parte da conversa.

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