Ljubomir Stanisic esteve à conversa com ‘As Três da Manhã’, na Rádio Renascença, esta terça-feira, e falou sobre como foi recebido em Portugal.
O chef nasceu na ex-Jugoslávia, em Sarajevo, e veio para Portugal em agosto de 1997, onde ficou a viver na casa da irmã: “Cheguei cá e percebi que nunca tinha estado num sítio tão calmo, tão calorento”.
Ljubomir Stanisic contou ainda que já não tem familiares no seu país: “A maior parte dela foi-se durante a guerra. Sobraram alguns que, como eu, fugiram de lá. Lá não tenho ninguém, praticamente, tenho só amigos que considero família. Vou lá visitá-los”.
“A Sarajevo vou… o resto dos sítios que emigrei… razão por que fugi para cá, porque senti-me mais emigrante lá do que em Portugal. Obrigado por me terem recebido, que é o melhor país”, disse Ljubomir Stanisic.
“É o melhor país do mundo a receber pessoas e estrangeiros, por isso é que tem uma cultura tão rica. Não vou à Sérvia, mas vou à Bósnia muito, porque gosto muito. É um povo que se farta de rir, gosta de piadas, é um povo de piadas. Tenho lá amigos e volto lá”, acrescentou Ljubomir Stanisic.
Ljubomir Stanisic confessou ainda que tinha algum receio de voltar a Sarajevo, mas que lá regressou com a esposa para filmar um documentário: “Eu nunca quis lá voltar e voltei com ela para Sarajevo… porque tinha medo, porque ia ser abatido, que iam matar-me, que ia ser tratado mal e fui recebido como um rei”.
“Fui recebido no red carpet do Cine Sarajevo, que é um festival gigantesco. Fui recebido como embaixador de Sarajevo pelos muçulmanos, com quem andei na guerra contra eles, na altura. Hoje em dia, são meus irmãos, que aquela guerra foi confusão de religiões. (…) Fui recebido no red carpet como uma pessoa exemplar daquele país, que conseguiu conquistar alguma coisa na vida e vencer na vida e foi muito emotivo”, acrescentou Ljubomir Stanisic.
“Acho que foi das poucas vezes na vida que chorei baba e ranho”, revelou Ljubomir Stanisic.
Veja aqui uma parte da conversa.
