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Júlio Isidro recorda dia especial: “Papá agradeço-lhe a gentileza que teve em ser meu pai”

Vanessa Jesus
5 min leitura
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Júlio Isidro recordou um dia especial, o aniversário do pai. O apresentador partilhou um registo amoroso da sua infância e escreveu uma mensagem carinhosa na descrição.

Júlio Isidro não poupou nos elogios ao progenitor num bonito texto publicado nas redes sociais e agradeceu tudo o que fez por ele.

“O meu pai nasceu hoje, e nasce todos os dias, nos simpáticos e generosos elogios que por aqui me vão fazendo”, começou por escrever Júlio Isidro.

“A cultura, a educação, a herança genética e contraditória, o culto da palavra e o desejo de uma sociedade , solidária e fraterna, nos princípios ainda imutáveis da revolução francesa, tudo isso que me atribuem, devo ao senhor que nunca deixou que o tratassem por ‘Dótor’, José Mantero Sesinando da Silva Isidro do Carmo”, acrescentou Júlio Isidro..

“É em nome do bebé que nasceu hoje há 110 anos que vos agradeço. Papá agradeço-lhe a gentileza que teve em ser meu pai“, rematou.

Texto na íntegra de Júlio Isidro: 

O MEU PAI NASCEU HOJE.

4 de Setembro de 1911, primeiro ano da República de um menino geneticamente monárquico.
Era assim, foi assim, tranquilamente, silenciosamente do lado certo da história, do “reviralho” em textos superiormente escritos e divulgados de mão em mão e nas tertúlias de falar baixinho do estado em que “aquilo estava”.

Tão culto, tão talentoso, tão dotado, tão conformado com a sua condição de anónimo voluntário.
Quando partiu, andava a ensaiar a língua chinesa , ele que já em miúdo me dizia que o domínio do mundo um dia viria dali. Ainda , ainda não aconteceu…

Tinha dois cursos superiores, Filologia clássica e histórico filosóficas que utilizou para uso caseiro e pouco mais… foi com ele que aprendi muito do que sei hoje, mormente uma forma límpida de exercer a língua portuguesa.

O que eu aprendi de etimologia latina e grega para saber o porquê do que digo e escrevo.
Jogava tão bem bilhar, sempre mais de 50 carambolas seguidas, ténis de mesa ágil e esquerdino, tocava piano, viola, guitarra, sem saber uma nota de música, foi afinador de pianos e ganhava bem com esse passatempo, dançava muito bem, adorava gravatas, vestia bem mesmo com fatos virados em tempo de crise, nadava milhas nas águas frias da Figueira da Foz e era do Sporting…como se vê na foto anexa com o bebé Julinho ao colo.

Lia muito e falava pouco porque seguia o princípio de S. Francisco de Sales ” O bem não faz barulho e o barulho não faz bem”. Escrevia uma coluna de humor sobre desporto no Jornal A Bola sob o pseudónimo de Quasi-mudo e deixou de escrever quando um fanático futeboleiro lhe mandou uma carta anónima a chamar-lhe nomes.

O conflito era o seu inimigo e a paz a sua utopia.
Adorava a minha mãe, as minhas manas e tratava-me por rapaz.
Esperou por mim duas semanas para em 5 minutos de silêncio me dar a mão e partir. Que dignidade …quero eu assumir no meu momento derradeiro.

O meu pai nasceu hoje, e nasce todos os dias, nos simpáticos e generosos elogios que por aqui me vão fazendo. A cultura, a educação, a herança genética e contraditória, o culto da palavra e o desejo de uma sociedade , solidária e fraterna, nos princípios ainda imutáveis da revolução francesa, tudo isso que me atribuem, devo ao senhor que nunca deixou que o tratassem por “Dótor”, José Mantero Sesinando da Silva Isidro do Carmo.

É em nome do bebé que nasceu hoje há 110 anos que vos agradeço.
Papá agradeço-lhe a gentileza que teve em ser meu pai.

O MEU PAI NASCEU HOJE.4 de Setembro de 1911, primeiro ano da República de um menino geneticamente monárquico.Era…

Posted by Julio Isidro on Saturday, September 4, 2021

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