Júlio Isidro não compreende morte de Luís Aleluia e questiona: “Os abraços sorridentes e calorosos eram despedidas não anunciadas?”

Júlio Isidro decidiu partilhar através das suas redes sociais a profunda dor que tem sentido, após receber a notícia de que Luís Aleluia teria falecido.

“NÃO ME SAI DA CABEÇA….a notícia, que eu desejaria ser a maior mentira do mundo, era verdade. O momento do telefonema na distância, e a confrontação da realidade, visitam-me em cada dia que passa sem ele. Já me senti de luto por tanta gente do meio artístico, mas quando as partidas têm os contornos do inexplicável, chocam pelo inesperado, questionam-nos de porquês. E a saudade corrói de forma diferente“, começou por escrever Júlio Isidro, nas redes sociais.

“Então não estava tudo bem? Os abraços sorridentes e calorosos eram despedidas não anunciadas? E nós não pressentíamos? Que dor é essa que nos leva a concluir que a solução é o…nada? Desta vez foi o meu querido Luís Aleluia ótimo ator, mas que, só agora, quando o revejo ou ouço, apercebo-me de uma mágoa mal representada. A pele do otimista não estava bem vestida. Que escaras purulentas são essas que nos empurram para um adeus precoce?“, continuou, indignado.

“O profissional competente, com trabalho regular, uma família sólida com um projeto de solidariedade para com os artistas mais velhos, carentes de conforto físico e espiritual, a que se entregava com convicção e entusiasmo, rodeado de muitos amigos…decidiu deixar-nos. Não me sai da cabeça. Os dias vão passando e restam apenas em mim, as insónias onde lhe faço companhia. Se o mundo gostava tanto do Luís Aleluia porque é que ele lhe disse adeus?“, questionou Júlio Isidro.

“A morte é mesmo o nada… só o próprio poderia dizer-nos das razões do seu gesto definitivo… mas esse ato final é o testemunho do vazio, do silêncio. Passado alguns dias, e depois de saber que na minha RTP Memória passaram um Inesquecível com o Luís como convidado especial, fui buscar um outro programa onde dou os parabéns à querida Anita Guerreiro e se fala da Casa do Artista. Lá está o Luís a projetar futuro, a revelar iniciativas, a transbordar de generosidade“, acrescentou ainda.

“A Casa do Artista vai continuar. Nós estaremos um dia entre Cúmulos e Nímbus a celebrar eternidade com toda essa gente das artes que os poderes tantas vezes desprezam ou ignoram, exceto quando os artistas são bons figurantes para arrecadar votos de interesse. Hoje o Inesquecível traz à Memória, a casa do Artista, a Anita Guerreiro, o Luís Aleluia, o TEC e essa coisa bonita, frágil, absorvente, escravizante que é esta estranha forma de vida“, rematou Júlio Isidro, visivelmente transtornado.