Há um novo recuo no processo que investiga a morte de Sara Carreira.
A juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Santarém mandou anular a acusação da morte de Sara Carreira. Para a magistrada há uma “nulidade que abrange a acusação”, no que diz respeito aos crimes de que estão acusados os condutores envolvidos no acidente que tirou a vida à filha de Tony Carreira, no dia 5 de dezembro de 2020.
Para a juíza, na acusação não é referido se o crime de homicídio por negligência é simples ou grosseiro, em que estão acusados Ivo Lucas e Cristina Branco. Na acusação não é também explicado a razão do condutor que acusou uma taxa de álcool no sangue de 1,18g/l fica fora da acusação de homicídio por negligência, sendo-lhe apenas imputado o crime de condução perigosa.
O procurador do Ministério Público tem agora duas opções: ou refazer o documento com estes pontos explicados, ou querer nova produção de prova.
Esta decisão da juíza surge após a apreciação dos pedidos de abertura de instrução, tanto pelos condutos envolvidos, como também de Tony Carreira e Fernandes Antunes.
Os pais de Sara Carreira consideram que a velocidade a que seguia Ivo Lucas não seria, por si só, “impeditiva de passar o segmento livre da estrada“. Para Tony Carreira, a desatenção de Ivo Lucas é “grave e indesculpável, que nem sequer travou ou reduziu a velocidade (…) que contribuiu para a morte de Sara”.
Já quanto ao condutor Paulo Neves, que seguia a menos de 50 quilómetros por hora na A1 e com taxa de álcool no sangue, e à fadista Cristina Branco, o cantor diz que, “indiferentes ao cumprimento dos seus deveres, ambos os arguidos não curaram de colocar o triângulo de pré-sinalização (…) preocupando-se unicamente com o que aliás denuncia a conduta dos arguidos: a sua própria pessoa“.
Esta decisão da juíza do Tribunal de Instrução Criminal de anular a acusação foi dada a conhecer aos intervenientes do processo na semana passada.
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