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Judite Sousa e o problema das amizades: “Temos mais conhecidos do que amigos”

Duarte Costa
4 min leitura
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A antiga jornalista da TVI recorreu ao blogue pessoal para escrever duas reflexões, numa altura na qual se encontra de férias nas ilhas Maurícias, no oceano Índico.

Em uma delas, Judite Sousa confessou ser difícil, nos tempos atuais, existir uma grande amizade. “Temos mais conhecidos do que amigos“, lamentou.

Já num outro texto, admitiu que a pausa que está a fazer este ano tem sido absolutamente fundamental para ela: “Eu precisava de fazer esta pausa e tirar tempo para pensar mais em mim e naquilo que me dá mais prazer na vida. Adoro viajar, ter a mala sempre pronta e poder fazê-lo sempre que me sentir com vontade e necessidade para o fazer“.

Textos aqui:

1)

Dou muita importância ao valor da amizade.

Penso que nos nossos dias, o estilo de vida, os novos comportamentos sociais e individuais, a sede de informação, o escrutínio público tanto maior quanto for a visibilidade da pessoa no espaço público, o reforço de sentimentos negativos, como o colocarmo-nos em perspetiva em relação aos outros, tornam difícil a existência de amizades que resistem aos tempos atuais.

Todos nós, de uma maneira geral, temos mais conhecidos do que amigos. É um facto. Mas também não é menos verdade que as pessoas têm as suas vidas e nem sempre podemos contar com elas quando mais precisamos. Com o tempo fui compreendendo melhor esta realidade. E penso que sou mais flexível do que no passado, onde podia existir uma busca pela reciprocidade que por vezes não pode ser correspondida.

Tudo se torna mais fácil quando as pessoas não transportam para o plano pessoal as suas vivências, mais ou menos problemáticas do ponto de vista profissional. A competição pelos mesmos desempenhos, níveis de notoriedade e outros fatores esvaziam ou podem desvanecer uma amizade. As verdadeiras são as que resistem a toda esta complexidade. Mas não é fácil“.

2)

É sempre uma experiência exaltante deixar o Inverno europeu e aterrar no verão das ilhas mais paradisíacas que conheço: as Maurícias ou Maurício.

Aqui, é a época alta com as temperaturas entre os 26 e os 30 graus. Sair dos casacos e das camisolas de gola alta e poder tirar da gaveta os fatos de banho dá uma sensação de mudança total e é um reforço de energia. Foi isso que procurei.

Este ano está a significar uma nova etapa de vida com a liberdade de poder agir sob um escrutínio que estava viciado mas que não correspondia ao sentimento da opinião pública. Como de resto tem sido observável nos comentários das redes sociais. Eu precisava de fazer esta pausa e tirar tempo para pensar mais em mim e naquilo que me dá mais prazer na vida. Adoro viajar, ter a mala sempre pronta e poder fazê-lo sempre que me sentir com vontade e necessidade para o fazer.

Estas são algumas das coisas importantes da vida. Assim o entendo“.

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