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João Portugal critica opinião de Miguel Araújo: “Há atividades que estão bem pior”

Duarte Costa
5 min leitura
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O músico dos Azeitonas queixou-se das dificuldades que a pandemia tem criado na área musical. O fotógrafo João Portugal, por sua vez, não concordou com a opinião do artista e explicou-lhe que há atividades bem mais afetadas.

Em entrevista ao Posto Emissor, podcast da BLITZ, Miguel Araújo disse que o grupo tinha pelo menos “30 ou 40 concertos” previstos para este ano, mas que de repente não vão ter nenhum. “É uma angústia e uma tristeza. Claro que não é exclusivo da nossa área, apesar de a nossa ser das mais afetadas, porque não se trata de uma queda de 40%, nem de 60%, trata-se de uma queda de 100%”, lamentou.

Depois de ouvir a opinião do músico, João Portugal escreveu um texto no qual não se mostrou em desacordo. “Senhor Miguel, já vivi da música e acredita que os impostos são bem mais ‘suaves’ do que os que pago na minha atual profissão como fotógrafo”, frisou.

“E a restauração? E as pequenas e médias empresas, que estão neste momento fechadas? E os cabeleireiros, carpinteiros, pintores e empregadas de limpeza? E os cafés que estão todos fechados e têm de despedir os funcionários”, continuou. “Miguel, acredita que a tua área, a música, vai ser aquela que no futuro próximo será, talvez, das menos prejudicadas”, afirmou.

João Portugal disse ainda que Miguel Araújo devia preocupar-se mais “com o pessoal que neste momento está na linha da frente”, como “médicos, enfermeiros, bombeiros, polícias, empregados de supermercado, camionistas, entre outros, que todos os dias lutam em prol de nós para que nos sintamos mais protegidos”.

Publicação completa aqui:

Miguel Araújo, sou fã do teu trabalho, respeito a tua opinião e como músico aceito o que dizes nesta entrevista, mas não tenho que concordar com tudo que dizes, obviamente. Por exemplo quando aqui dizes que os músicos, compositores e todos aqueles que têm concertos marcados são os que ficarão mais afectados com a crise devido ao Covid. Sr Miguel, já vivi da música e acredita que os impostos são bem mais ‘suaves’ do que os que pago na minha actual profissão como fotógrafo. Sim e o que vou fazer daqui pra frente?

Já cancelei vários trabalhos e adiei outros, que possivelmente serão cancelados também. E a restauração? E as pequenas e médias empresas, que estão neste momento fechadas? E os cabeleireiros, carpinteiros, pintores e empregadas de limpeza? E os cafés que estão todos fechados e têm que despedir os funcionários, os taxistas?? Miguel, acredita que a tua área, ‘a música’, vai ser aquela que no futuro próximo será talvez das menos prejudicadas. Espero eu, claro, que também sou musico!

Para terminar não estás a respeitar as outras actividades que neste momento estão bem pior que tu, para além de que pagam IVA 23% e IRC, com salários a cumprir e despedimentos devido ao Covid. Peço-te mais serenidade e reflexão nas tuas opiniões, pois estamos todos no mesmo barco, Miguel. E rezo para que tudo volte ao normal, porque precisamos da tua música mas, para teres plateia cheia, o padeiro, cabeleireiro, fotógrafo, empregado de mesa, advogado, pintor, etc., têm que ter dinheiro para comprar o bilhete.

Eu também ia ter um ano cheio de produções fotográficas e de repente nada!! Espero que compreendas o meu pequeno desabafo. Existem milhares de músicos neste país e neste mundo com muito menos concertos ou nenhuns mesmo antes do Covid, no entanto, apesar das dificuldades que irão atravessar, respeitam as outras áreas e devias preocupar-te mais com o pessoal que neste momento está na linha da frente, médicos, enfermeiros, bombeiros, polícias, empregados de supermercado, camionistas, entre outros, que todos os dias lutam em prol de nós para que nos sintamos mais protegidos. Mas tudo vai ficar bem, Miguel!!