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“Joacine Katar Moreira foi uma espécie de Bruno de Carvalho do Livre”

"Nem todas as relações humanas correm bem e esta foi uma que não correu bem."

Ana Ramos
3 min leitura
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Rui Tavares, do partido Livre, esteve, esta terça-feira, na Rádio Renascença, e foi confrontado pel’As Três da Manhã com algumas questões da rubrica “Desculpa, mas vais ter de perguntar”, nomeadamente, sobre Joacine Katar Moreira.

“Joacine Katar Moreira foi uma espécie de Bruno de Carvalho do Livre. Repare nisto, ganhou eleições, tornou-se egocêntrica e saiu do partido. Quando é que ficou com medo que os apoiantes da Joacine entrassem na sede do Livre e lhe dessem com um cinto na cabeça?”, leu Inês Lopes Gonçalves.

“É uma memória com a qual, no Livre, tentamos lidar de maneira saudável, porque foi uma questão humana e pessoal que foi dolorosa para o partido”, começou por responder Rui Tavares.

“Nós conhecíamos a Joacine há anos, ela tinha sido nossa candidata em 2015. Para muitos de nós – e eu incluo-me nisso -, era uma amiga e as coisas não correram bem. Quando não correm bem desta forma, provavelmente, toda a gente tem a apontar culpas de parte a parte”, comentou Rui Tavares.

“Eu creio que o que foi mais doloroso de ver foi que, a certa altura, a Joacine meteu na cabeça uma ideia que o partido era todo inimigo dela e que não a queria e foi uma ideia que nós tentamos contrariar a cada momento: ‘Estás enganada! Não é isso! Vamos juntos’. E, a certa altura, não era mais possível comunicar e, portanto, eu percebo que as pessoas façam essa pergunta”, continuou Rui Tavares.

“Acho extraordinário no plenário, de cada vez que há um diálogo mais aceso com os deputados do Chega – basicamente, é quando perdem -, acham que, a seguir, têm dizer ‘Joacine Katar Moreira’ e acham que isso faz alguma noção… Não, nós temos orgulho! Ou Joacine Katar Moreira, ou é George Soros, ou é a mulher negra ou o homem judeu… voltam às origens e, então, têm de dizer qualquer coisa deste âmbito para achar que é ali um bocadinho a ‘revanche’”, contou Rui Tavares.

Contudo, Rui Tavares esclareceu que: “O Livre ficou muito feliz com a eleição da Joacine Katar Moreira, porque ficamos com orgulho daquela eleição. Depois, as coisas correram como ninguém imaginaria e o que acontece é que, a certa altura, houve uma rutura que foi pública, acreditamos nós que a mais respeitosa, humana e civilizada possível, sendo que as coisas estava à vista de todos que estavam mal e o partido até, inclusive, fez uma coisa que outros não costumam fazer que é pagou o seu preço por isso”.

“Perdeu o seu mandato que tinha conquistado, esteve anos fora do Parlamento, regressou, a vida segue. Nem todas as relações humanas correm bem e esta foi uma que não correu bem”, rematou Rui Tavares.