Irma reage a polémica sobre o seu novo tema contra o racismo ‘Filha da Tuga’

4 min leitura
Instagram

A nova música de Irma está a ser alvo de algumas críticas, nomeadamente após a partilha de Rita Pereira.

Recentemente, Irma Ribeiro viu-se envolvida numa nova polémica, após o lançamento do seu novo tema, ‘Filha da Tuga’. A cantora decidiu então recorrer às redes sociais, para fazer um esclarecimento relativamente à música, que fala sobre o racismo.

Estive a pensar se fazia este post ou não, mas segundo os meus princípios e sobre o sentido de missão do ‘Filha da Tuga’ não quero deixar de ter voz sobre isto“, começou por escrever, explicando que a canção foi feita por si e por outros dois amigos compositores, com base na sua história de vida.

Esta canção mexe com muitas feridas ainda abertas em muita gente. Porém, também acho que ela se cumpre no debate e diálogo que está iniciado, na possibilidade que nos permite de entender melhor o outro, as suas mágoas e cicatrizes e de dar um pequeno contributo numa necessária reconciliação coletiva. Em nenhum momento me quis colocar numa posição de vitimização. Só quis contar a minha história, a minha verdade, sempre ciente do lugar privilegiado em que me encontro, até pela visibilidade que a minha posição me traz“, explicou.

Num momento tão sensível como este onde falamos muito da luta contra o racismo, a frase ‘sou mistura da terra e da descoberta’ foi mal interpretada. A descoberta fala do reinício de vida dos meus avós num país novo, em 1975, em descobrir um recomeço“, esclareceu.

Irma frisou ainda que a cultura angolana sempre esteve muito presente em sua casa, uma vez que tanto os pais como os avós são de Angola.

“Se isto não fosse suficiente para ter o direito em elevar a minha cultura, também tenho muito respeito por ela. Leio-a há alguns anos e no último ano mais a fundo. Porque a sabedoria não é recurso escasso, sinto sempre que tenho mais coisas a aprender e quero contar a história ao meu filho como realmente aconteceu”, disse.

Quando decidi lançar o ‘Filha da Tuga’ o gatilho foi a urgência em contar a minha história e, com sorte, histórias de muitas pessoas“, referiu Irma, confessando ter recebido centenas de mensagens de pessoas que se identificam com a letra da música.

Numa nota final, Irma esclareceu: “Eu sou Filha da Tuga, sou fruto da mistura, elevo a vida com orgulho e não almejo separação. Sonho compreensão, partilha, luta por tudo o que ainda está por conquistar, por menos colorismo e mais empatia. Luto pelo racismo não ser uma questão de opinião […]. É necessário conversar, sem agredir, sem excluir. É urgente reconstruir, contar a história como realmente aconteceu e passá-la ao mundo. Estarei sempre aqui, pronta para ouvir. Obrigada“.

Leia também: Carolina Deslandes declara-se a Irma Ribeiro: “Estou aqui a rebentar de orgulho!”

Relacionado:
Exit mobile version