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Henrique Dias sobre o cinema português: “Não temos cinema no meio, que conte histórias”

Henrique Dias é um dos autores da série "Pôr do Sol".

Ana Ramos
2 min leitura
Rádio Renascença

Henrique Dias esteve, esta quarta-feira, na Rádio Renascença, para falar sobre a série “Pôr do Sol” e o filme que estreou na semana passada, mas também sobre o cinema português.

“Acho que o problema do cinema português é estar dividido em duas coisas: Primeiro, um cinema muito autoral, que é feito, basicamente, para festivais e para um certo tipo de público. Nada contra, acho que deve ser feito, deve ser apoiado, porque é um cinema de vanguarda, que explora e tudo mais”, começou por dizer.

“Depois, tens no outro lado um cinema profundamente popular, feito com uma operação financeira, que eu já fiz vários, o ‘Curral de Moinas’, esse tipo de coisas. E não há nada no meio. Esse é o problema, é que não temos cinema no meio, que conte histórias. (…) Que seja abrangente, que chame o público e que tenha qualidade”, reparou Henrique Dias.

“Entre estes dois extremos, um filme totalmente popular, que é feito só para ter espectadores, uma operação comercial e um filme que é para ganhar festivais e que é, ao fim e ao cabo, uma forma de arte e uma expressão artística pura e simplesmente, não há nada no meio. E as cenografias do mundo inteiro estão no meio”, continuou Henrique Dias.

“Nós começamos a ir ver cinema a ver o Scorsese, o ‘Star Wars’, que são coisas que estão no meio”, acrescentou, referindo que “o cinema começa, pelo menos para um espectador mais jovem, no meio”. “Se tudo correr bem, tu vais começando a gostar e vais começando a descobrir cinematografias mais alternativas”, disse ainda Henrique Dias.

Com o filme “Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó”, afirmou: “Não sei se conseguimos, mas foi isso que tentamos”.

Veja aqui o programa.