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Helena Sacadura Cabral: “Sempre senti que os meus filhos eram uma dádiva divina”

"Preparei-os para isso, para se libertarem de mim e voarem com as próprias asas. Não precisava era que o Miguel já tivesse voado tão cedo."

Ana Ramos
4 min leitura
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Helena Sacadura Cabral esteve, esta quinta-feira, no “Dois às 10”, na TVI, para falar do seu novo livro “Pensar, Olhar, Viver”, e falou sobre os seus filhos.

“Sou uma ótima mãe, melhor que eu não há. É dar aos filhos toda, toda a liberdade de poderem escolher entre o bom e o mau e apenas lhes dizer ‘o caminho que vocês escolherem quem vai pagar são vocês, portanto, pensem muito bem no que é que vão fazer’”, começou por dizer, em relação a uma declaração que consta no livro.

Helena Sacadura Cabral contou que os seus dois filhos pensavam “de maneira completamente diferente”, mas que eram “amicíssimos”: “Se eu fiz alguma boa obra, foi ter dois filhos que se amavam muitíssimo. Eu não amava mais os meus filhos do que os meus filhos se amavam entre si. O Paulo teve uma perda enorme com a morte do irmão”.

“Sempre preparei os meus filhos para eles saírem do ninho. Mesmo assim, apesar de tudo isso, quando saíram, tive um balanço. Mas agora, com uma idade mais avançada, sabe-me muito bem ver os meus filhos, almoçar, jantar”, confessou Helena Sacadura Cabral. “Se algum filho me dissesse ‘eu agora venho viver cá para casa’, seria um choque emocional para o qual me teria de preparar. Cada um na sua vida”, referiu ainda, entre risos.

Helena Sacadura Cabral revelou que Paulo Portas tem “imenso cuidado” consigo: “Vai, todos os dias, ver-me, ou almoçar ou jantar”. “Se fosse com o Miguel, seria a mesma coisa. Só que o Miguel era mais brincalhão. Levava-me aos sítios onde eu queria ir e o Paulo nem pensar em me levar. Era mais amplo nas liberdades que me dava. O Paulo é mais fechado”, confessou Helena Sacadura Cabral em relação a Miguel Portas, que faleceu em 2012.

Mais à frente na conversa, Helena Sacadura Cabral falou ainda que aproveitou a pandemia para fazer “uma boa observação” de si própria e refletiu: “Olho para dentro para as coisas negativas com a noção de que elas fazem parte da minha vida, que me estava destinadas como outras muito agradáveis me foram destinadas”. “Mesmo em relação à morte de um filho, que é a dor maior. Eu suponho que não seja possível ter-se dor maior”, acrescentou.

“Eu sempre senti que os meus filhos eram uma dádiva divina e que, um dia, preparei-os para isso, para se libertarem de mim e voarem com as próprias asas. Não precisava era que o Miguel já tivesse voado tão cedo”, rematou Helena Sacadura Cabral.

“A dor é uma coisa com a qual convido sem o mínimo domínio sobre mim. A dor está dentro de mim, mas não trava, não corrói, não me impede de fazer uma vida completamente normal”, garantiu Helena Sacadura Cabral.

Veja aqui e aqui uma parte da conversa.