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Gisela Serrano sobre a morte da mãe: “Já tive aquele choro de revolta, de raiva”

Gisela Serrano esteve na SIC para falar sobre o seu percurso nos reality shows e sobre a vida pessoal.

Ana Ramos
6 min leitura
SIC

Gisela Serrano foi uma das convidadas desta terça-feira do programa da SIC de Júlia Pinheiro e recordou a mãe, a avó e um dos namorados que teve e que perdeu a vida.

Dilar Relvas perdeu a vida há três anos, em abril de 2020, quatro meses depois de ter sido diagnosticada com cancro no pâncreas. “Era uma grande mãe”, afirmou a participante de “Masterplan”, da SIC.

No entanto, Gisela Serrano revelou que não aceitou bem a morte da sua mãe. “Já tive aquele choro de revolta, de raiva e de não aceitar que ela tivesse partido”, disse.

Pensando que a mãe estava com uma intoxicação alimentar, na altura, levou-a ao hospital. “Quando o médico a viu, fez assim quatro [com os dedos]. Tocou na minha mãe e, quando ela saiu disse: ‘Gisela, a sua mãe tem…’. E eu disse: ‘Quatro tumores?’ Parece que senti que era qualquer coisa de grave e, sendo grave, era cancro”, contou, explicando que o médico mandou fazer uma ressonância, que confirmou o diagnóstico de cancro e de quatro meses de vida que lhe restavam.

“Foi um choque para mim. Não quis acreditar. Depois da morte da minha mãe, fiz um retiro comigo mesma. Não fui a lado nenhum, fui mesmo eu com o espelho. Em negação sempre. Eu não estava a aceitar e não queria aceitar. Estava revoltada com a médica de família da minha mãe e não quis perdoá-la”, continuou, referindo que a mãe já tinha dado sinais de que algo não estava bem.

Ao ver as várias fotografias que a produção estava a passar no momento da entrevista, Gisela Serrano olhou-as ao pormenor. “Não vejo fotografias dela em casa porque, para mim, ela está de férias e há de chegar”, declarou, sublinhando que a mãe era “a única pessoa no mundo” que a “metia na ordem”, às vezes, apenas “com um olhar”.

Veja o momento aqui.

“Acredito na vida após a morte”

Durante a conversa com Júlia Pinheiro, Gisela Serrano recordou ainda a morte dos avós e de um namorado. O avô faleceu há 22 anos, vítima de AVC, meses antes de começar o programa da SIC “Masterplan”.

Em relação à avó, com quem tinha um profunda relação, sofreu uma morte trágica e a empresária disse que “pressentiu”. “Eu já não morava com a minha mãe, mas ia lá muitas vezes jantar e a minha avó comia rápido porque queria ir ver a novela da SIC. Eu dizia assim: ‘Avó, não coloques tanta comida na boca. Isso não é normal’. E ela morre engasgada porque a novela estava a começar e ela pega num bocadinho de pão com não sei o quê e coloca na boca e vai”, recordou.

“Porque é que eu dizia isso à minha avó?”, questionou, depois da tragédia. “Parecia que alguma coisa me estava a querer dizer que algo se passa. Morreu engasgada no chão da cozinha. Ela levou seis injeções para reanimar”, contou.

“A minha avó olha para mim, tenta-me fazer a festa, fecha os olhos e o braço cai”, relembrou, referindo que a avó morreu nos seus braços.

A modelo afirma que já aceitou a morte da sua avó: “Claro que tenho a imagem na minha cabeça, todo aquele sofrimento. Não consegui viver mais naquela casa. Tive de fazer um anexo na casa da minha mãe porque eu não passei mais por aquela cozinha”.

Quatro meses depois, a empresária perdeu o namorado da altura, João, num acidente de viação. “Eu adorava-o. Era um homem alto, lindo e maravilhoso. Não me proibia de nada, eu podia ser eu, podia usar um decote e uma saia curta que não era nem mais nem menos do que qualquer outra pessoa. Podia pintar os lábios da cor que eu quisesse. Podia ir para onde eu quisesse e isso era liberdade… Foi muito bom”, lembrou, referindo que a morte dele “foi horrível”.

“Traumatizou-me um bocadinho porque senti-me muito culpada. Eu tive apoio psicológico. Eu fiquei muito mal mesmo. Psicologicamente, arrasou comigo essa morte”, admitiu.

Na altura, o namorado queria que Gisela Serrano fosse sair com ele, mas a modelo preferiu ficar em casa com a mãe e com a avó e recusou também que ele viesse dormir a sua casa. “Ele foi para casa, ou seja, se eu tivesse dito que sim, ele não teria feito aquele percurso. Ele tinha vindo para Lisboa e, como ele faleceu no caminho para Sesimbra, a culpa é essa. Porquê que eu não fui? Ele estava a dar-me sinais, 30 e tal mensagens numa noite, era para eu ir, ele estava a precisar de mim, eu tinha de ter ido, porque, se ele estivesse com sono, eu trazia o carro. Eu fui uma irresponsável, não reparei nos sinais e as pessoas dão-nos sinais”, disse.

Gisela Serrano acredita que era o amor da sua vida. “Eu penso porque ainda sou jovem. Namorávamos, mas havia uma cumplicidade, uma união. Nunca houve uma discussão, um levantar de voz… Ele era uma joia! Eu acredito na vida após a morte, por isso é que eu tenho força em lidar com estas perdas”, sublinhou.