Gisela João utilizou as redes sociais para escreveu um bonito texto dedicado à sua avó “Micas”.
“Não há saia de lantejoulas ou bronze que me valham, é a coisa mais bonita que podia ter nas minhas redes A minha bó Micas. que todos os dias me ampara desde que nasci, penso nela ao acordar e ao deitar e várias vezes ao dia. Mal ela sabe! Ontem andamos de mão dada um bocadinho, da varanda para a sala, mas hoje sou eu que a seguro com força, ao contrário de quando íamos à feira e eu queria ir pelo lado dos animais. Disse-lhe – olha parece enquanto íamos à feira, bó! – e ela – ai tu gostavas tanto de ir à feira bandida“, começou por escrever no Instagram.
Gisela João, em tom de brincadeira, escreveu ainda: “Diz que pede por mim todas as noites e que estou muito bonita, muito bonita mesmo, até quando lhe mostro fotos mais provocantes de saia com raitcha até à virilha. Pede que tenha um bom casamento ou se não houver casamento que tenha trabalhinho para não precisar de ninguém que -a gente vale-se bem sozinha filha, fui pà fábrica aos 14 a Mimi ( minha bisavó) vendia castanhas e os tremoços na rua e as minhas irmãs já tabo na fábrica e a gente valia-se a doçura em pessoa, acho que posso dizer com certeza que sou bem espelho dela, só mais espevitada, como ela diz, acho que porque o tempo em que vivo me permite“.
“Tem a pele mais macia do mundo e os olhos azuis como o azul de uma hidranja bem farfalhuda daquelas que apetece deitar lá a cabeça e descansar, são assim os olhos da minha bó, pura poesia. Lembra-se de tanta receita, todas diria, e aí Jesus bacalhau à Brás com batata de saco, isso não pode ser filha, tem de se deitar a batatinha assim finiiiiinha. Tem a memória da Dory nos últimos tempos porém a memória do coração está sempre lá porque mal me viu ao longe disse “ olha a gisa que linda’ e isso vai alimentar-me por uns tempos“, acrescentou.
Em tom de conclusão, Gisela João admitiu: “É que verdade seja dita, sair de uma casa completamente sem estrutura faz-nos sentir muito sozinhos na vida e a minha avó nunca me deixou sentir sozinha, nem agora deixa e nem ela sabe que estes vídeos e fotografias que lhe faço, tantos, são-me alimento para a amolecer a solidão. 90 anos de um nenúfar que caiu na terra e eu tive sorte de ser a minha avó“.
