Gilmário Vemba ‘abre’ o coração sobre alguns aspetos da sua vida.
Gilmário Vemba mudou-se para Portugal definitivamente este ano, depois de ter ficado “preso” seis meses, em 2020, durante a pandemia, e desde que chegou que tem encantado o público com o seu humor. O humorista revelou que tem medo de ofender com o seu humor, porque é uma pessoa pacata que não gosta que incomodar ninguém, em entrevista à TV7 Dias.
Mas foi com o programa ‘TaskMaster’, da RTP1 que se deu o ‘boom’: “Participar no Taskmaster foi a minha introdução para o mundo e comecei a vender bilhetes como nunca imaginei (…). Depois, juntar-me ao team da Rádio Comercial foi a cereja no topo do bolo”.
“Estou [viciado] e estou a adorar. Não sei quantas músicas vou conseguir fazer, mas as pessoas apoiam-me muito. Mandam-me sugestões de letras. Eu acho que ser angolano ajuda muito“, confessou.
“Ter esta oportunidade, vindo de um meio que sofre e onde não há referências, quando olhas para um Dino d’Santiago, pensas que é possível. Ou quando tens um Gilmário Vemba e pensas que o sonho é possível. Afinal, o trabalho, a persistência…”, comentou. “Os portugueses acarinham-me. Aliás, não posso dizer nada de mal. Faço espetáculos de Norte a Sul, com salas esgotadas”, continuou.
Numa vertente mais pessoal, o humorista contou que agora sofre de ansiedade, e sente o peso da responsabilidade, de que não pode falhar.
“Se encontrar uma certa paz e harmonia, volto mais feliz para casa. Agora sofro de ansiedade, porque me está a correr tão bem a vida aqui. Todos os dias acordo e penso: ‘Que erro vou cometer hoje que este país se vai virar contra mim?’. Tenho medo às vezes de roçar ali na má interpretação de outras pessoas“, explicou.
E ainda referiu sobre o racismo em Portugal: “Tem apontamentos, não diria que é um país racista. Existe um racismo estrutural. Existe um preconceito habitué, coisas a que as pessoas se habituaram”.
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