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Filipa Gomes: “Quando começas a ter consciência de ti pela voz dos outros, aí é que os problemas todos começam”

“Eu sou muito pouco gentil comigo."

Ana Ramos
4 min leitura
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Filipa Gomes foi a mais recente convidada de Mariana Cabral, também conhecida como ‘Bumba na Fofinha’, no seu podcast “Reset”, onde falou sobre consciência corporal.

“Eu era uma pessoa bastante jeitosa, eu acho. Juro que eu acho. Quando tu começas a ter noção, consciência de ti própria pela voz dos outros, aí é que os problemas todos começam, mas para aí até aos cinco, seis anos”, começou por dizer a dada altura da conversa.

Com essa idade, Filipa Gomes foi diretamente para o primeiro ano: “Vivia ali numa redoma de felicidade, coelhinhos… Era tudo espetacular! Os meus pais iam trabalhar, eu ficava com os meus avós”.

“Foi super tranquilo, era sociável, tinha amigos. Começou a dar m*rda quando eu comecei a ter consciência do que os outros pensavam de mim. Eu acho que tive uma infância muito fixe e fui muito mimada e era essa cena do ‘está tudo bem, seja como fores’. Depois, a partir do momento em que os outros começam a ter consciência sobre ti é que a coisa começa a complicar, principalmente, porque eu comecei a ter consciência corporal”, contou Filipa Gomes.

“A consciência corporal é muito lixada, primeiro, porque eu sou de ‘84, portanto, ali anos ‘90, tudo o que era referência feminina eram referências esqueléticas, muito Kate Moss, e eu sempre fui – já não sei o que é socialmente aceite, se calhar, vou ser cancelada – gordinha, cheinha e percebi que isso era um problema para os outros”, confessou Filipa Gomes, referindo que “isso era uma coisa que os outros falavam muito”.

“A partir daí, eu passei a ter muita autoconsciência e, a partir daí, f*deu tudo”, completou Filipa Gomes, referindo, contudo, que não eram agressivos consigo fisicamente.

“Acho que não chegava a ser uma cena muito agressiva, mas entre o eu não tinha consciência absolutamente nenhuma disso para, de repente, passar a ter isso, para mim, foi agressivo, foi violento”, revelou Filipa Gomes.

Mais à frente, Filipa Gomes também recordou que cresceu “muito com vontade de ser mulher”: “Lembro-me de tentar depilar os sovacos com gilete para ver se os pelos cresciam. Eu queria muito ser mulher”. “Não sei, andava numa busca qualquer pela liberdade e independência”, continuou.

Hoje em dia, grávida do terceiro filho, Filipa Gomes referiu que costuma ter muitas flutuações hormonais e consciência do seu corpo, mas que isso não faz com que seja gentil consigo: “Eu sou muito pouco gentil comigo”.

“Sou sempre super exigente, sou a minha maior crítica. Acho que cresci com uma noção, talvez errada, de que, se eu for a primeira a encontrar o erro e a fazer a crítica, nada me pode abalar. O que é mentira porque abala-te sempre. Estou preparada para tudo”, sublinhou Filipa Gomes.

“Acho que, provavelmente, quando eu larguei a Publicidade e a minha vida deu aqui uma volta de 180 graus e fui para a televisão e comecei a fazer os programas, isto acentuou um bocadinho porque eu senti-me muito sozinha num universo que eu não dominava, para o qual eu não estudei, ninguém me formou e eu não me projetei nunca nesse universo. Foi instinto de sobrevivência, talvez”, sublinhou Filipa Gomes.